
No final de junho, a Nvidia já tinha voltado a destronar a Microsoft e a Apple na lista das empresas mais valiosas. Agora, a tecnológica norte-americana torna-se na primeira empresa cotada na bolsa a abrir a porta do “4 Trillion Dollar Club”.
Esta quarta-feira, a Nvidia abriu a sessão em Wall Street com uma subida de 2,76% no valor das suas ações, com cada uma a valer 164 dólares. A empresa alcançou brevemente uma capitalização bolsista de 4 biliões de dólares, mas, no final do dia, voltou a descer para 3,9 biliões.
Recorde-se que, no último ano, a valorização de algumas tecnológicas americanas disparou, em grande parte devido à aposta na área da inteligência artificial, e as apostas para ver quem ia inaugurar o “4 Trillion Dollar Club” já posicionavam a empresa liderada por Jensen Huang à frente na corrida. Mas como é que chegou a este patamar?
Fundada em 1993 por Jensen Huang, Chris Malachowsky e Curtis Priem, a Nvidia passou a ser cotada na bolsa seis anos depois. Na altura, a tecnológica já estava a ganhar nome na área dos componentes para consolas de videojogos e, em 2001, ganhou um contrato para fornecer Unidades de Processamento Gráfico (GPU) para a primeira Xbox da Microsoft.
Com mais de 30 anos de experiência, a Nvidia é hoje um dos grandes players do mercado na área das GPUs, mas não foi esta a área que lhe abriu as portas à oportunidade de se tornar na primeira empresa a chegar ao “4 Trillion Dollar Club”.
A estreia do ChatGPT da OpenAI em 2022, e toda a “corrida” à IA que se seguiu, abriu um novo mundo de oportunidades para a Nvidia. O poder de computação das tecnologias como as da empresa tem maximizado a aposta em ferramentas nesta área, sendo também essencial para treinar modelos de IA generativa e para suportar sistemas capazes de interagir com IA.
Já em maio de 2023, a Nvidia entrou no “Trillion Dollar Club”e desde então, a tecnológica continuou a tornar-se cada vez mais valiosa. Em fevereiro de 2024, já valia 2 biliões de dólares e, em junho desse ano, ultrapassou os 3 biliões de dólares em capitalização bolsista, juntando-se ao ainda mais exclusivo “3 Trillion Dollar Club”, ao qual pertencem também a Apple e a Microsoft.
No trimestre que terminou em abril, a Nvidia registou receitas na ordem dos 44,1 mil milhões de dólares, numa subida de 69% em comparação com o período homólogo do ano passado.
Mas 2025 foi um ano particularmente atribulado para a empresa. Ainda no início do ano, a “explosão” da chinesa Deepseek teve um profundo impacto na bolsa, mas também entre as empresas que compõem o mundo do Silicon Valley e o valor das ações da Nvidia acabou por afundar.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China, com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, também teve impacto nas operações da tecnológica. O Governo norte-americano passou a exigir uma licença de exportação para os chips H20 da Nvidia, submetendo a tecnologia a novas autorizações por alegados riscos à segurança nacional.
A empresa terá perdido cerca de 2,5 mil milhões de dólares em receitas no último trimestre devido às restrições, avança a CNN. Além disso, entre janeiro e abril, as suas ações registaram uma queda de até 37%. Apesar da “turbulência”, o valor das ações da tecnológica acabou por crescer para cerca de 74% desde abril.
Agora, a expectativa é de que a Nvidia continue a crescer ainda mais e há mesmo quem acredite que possa alcançar uma capitalização bolsista de 6 biliões de dólares. Os analistas da Loop Capital preveem que a tecnológica atinja esta marca até 2028, como noticiado pelo Business Insider.
Nas palavras do analista Ananda Baruah, “estamos a entrar na próxima ‘onda dourada’ da adoção de inteligência artificial generativa”. “A Nvidia está na linha da frente de uma nova fase de procura mais forte do que o esperado”, realça.
Note-se que, além da IA, a Nvidia tem vindo a apostar noutras áreas-chave do mundo tecnológico. Durante a mais recente reunião anual de investidores da tecnológica, Jensen Huang realçou que há "várias oportunidades de crescimento em toda a empresa, com a IA e a robótica a apresentarem-se como as duas maiores”, com as duas áreas “representam uma oportunidade de crescimento de vários biliões de dólares”.
Recentemente, a empresa juntou-se à DeepMind da Google e à Disney para construir o mais avançado sistema de treino para robots humanoides. As três empresas trabalharam também em conjunto para desenvolver o Newton, um novo motor de física usado para simulações robóticas. Como explica a Nvidia, as simulações permitem que engenheiros e investigadores treinem, desenvolvam, testem e validem algoritmos de controlo de robots, assim como protótipos, em ambientes mais seguros e de maneira mais “económica”.
A Disney será uma das primeiras empresas a usar o Newton para acelerar o desenvolvimento dos seus robots para entretenimento, como os BDX Droids, dos quais o Blue, que “roubou” as atenções durante o keynote da Nvidia durante a GTC 2025.
Clique nas imagens para ver com mais detalhe
De acordo com o CEO da Nvidia, os veículos autónomos são também uma das grandes apostas da empresa. Na sua visão, a plataforma Nvidia Drive está a impulsionar a transição para uma nova geração de veículos mais digitais, fornecendo a capacidade de computação necessária para avançar com novas funcionalidades de condução autónoma. Recorde-se que a arquitetura eletrónica de última geração do YU7, o novo SUV elétrico da Xiaomi que tem capacidades de condução assistida, é "alimentada" pela plataforma Nvidia Drive AGX Thor.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Xiaomi SU7 Ultra bate recorde de velocidade no circuito de Nürburgring Nordschleife -
App do dia
Assuma o papel de um diretor da prisão de alta segurança em Lands of Jail -
Site do dia
Organize o fluxo de trabalho da equipa com o Monday.com -
How to TEK
Usa a bateria do iPhone de forma correta? 8 dicas para ganhar autonomia e vida útil
Comentários