As contingências políticas e a forma como podem afetar o sector da tecnologia faziam parte do discurso que Mark Hurd, CEO da Oracle, preparou para fazer naquela que foi (pelo menos oficialmente) a primeira edição de um OpenWorld fora dos Estados Unidos. E nem de propósito, foram essas mesmas contingências políticas que o impediram de viajar para Londres.
O responsável máximo da gigante tecnológica não conseguiu uma segunda via do seu passaporte, algo que seria fácil se não estivesse a decorrer o shutdown da administração norte-americana. “Cada país com os seus problemas”, comentou na ligação de vídeo em direto para Londres, onde decorreu o evento - provavelmente também aludindo ao momento político vivido no Reino Unido em redor da saída da União Europeia, o Brexit.
Depois de falar sobre os vários acontecimentos que estão a afetar a economia, desde o Brexit à China, com o digital divide e os ciberataques pelo meio, Mark Hurd falou sobre previsões: as que foram feitas no passado e as que se estão a fazer agora. Uma das conclusões é que a adoção da nuvem evoluiu mais depressa do que o estimado.
“A cloud não é apenas tecnologia, é muito mais do que isso: é uma estratégia, é um modelo de negócio. É um movimento de mudança”, referiu justificando o interesse.
Já no capítulo das previsões para o futuro, é apontado um novo elemento chave relativamente à nuvem: a Inteligência Artificial (IA). Mark Hurd estima que em 2025 todas as apps cloud tenham IA integrada. E desta mistura, “surgirão novos modelos de negócio que vão aumentar a produtividade e a inovação”, considera.
Além disso, pela mesma altura, a IA estará por detrás de 85% de todas as interações com o cliente, melhorando os níveis de serviço e envolvimento. “Os retalhistas vão poder criar experiências personalizadas em qualquer canal e os hotéis poderão funcionar 24/7 sem terem sempre pessoas no front desk”, exemplificou.
E como última previsão, o CEO da Oracle quis descansar “as hostes”, afirmando que acredita que 60% dos empregos de TI ainda não foram inventados – “mas já existirão em 2025”.
No conjunto de certezas para o futuro, e na forma de resumo final, Mark Hurd voltou a reiterar que a cloud vai continuar a acelerar a produtividade e inovação e que vai ter IA e outras tecnologias integradas. Já as bases de dados autónomas vão continuar a reduzir custos e riscos.
A primeira edição do Oracle OpenWorld Europe decorreu durante os dias 16 e 17 em Londres, Reino Unido. Aquele que foi o primeiro evento do género da gigante tecnológica fora dos Estados Unidos reuniu mais de 10 mil profissionais no espaço ExCel, que puderam assistir a mais de 175 sessões, de cerca de 70 oradores e 80 clientes e organizações e visitar uma área de exposição com mais de 40 participantes, marcada por soluções baseadas na nuvem e com capacidades de machine learning e Inteligência Artificial.
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