O mercado global dos smartphones não dá sinais de recuperação, pelo contrário, continua a registar quebras sucessivas. Segundo a Counterpoint Research, este é o oitavo trimestre consecutivo em que o mercado abranda, com menos 8% nas vendas face ao mesmo período homólogo do ano passado e 5% face ao trimestre anterior. O primeiro trimestre de 2023 registou mesmo a pior quebra da última década, em 23%.
Todas as principais fabricantes registaram quebras neste segundo trimestre de 2023 face ao mesmo período do ano passado. A Samsung registou menos 12% no comparativo anual, mas mantém a liderança do mercado com uma quota de 22%. Segundo a analista, a sua linha Galaxy A registou uma boa performance global. A Apple não ficou imune e caiu 2%, mantendo o segundo lugar entre as que mais vendem. De registar que a empresa da maçã tem 17% da quota, o maior de sempre, sendo a única do Top 5 a conquistar mercado e a diminuir cada vez mais o fosso com a Samsung.
A Xiaomi tem 12% da fatia do mercado, assumindo-se no terceiro lugar, mas registou uma quebra de vendas de 12%. A Counterpoint refere que a marca chinesa teve declínios no seu mercado interno, mas também na Índia. A marca procura agora expandir-se para outros mercados e refrescar o seu portfólio de produtos. Já a Oppo tem 10% do mercado e teve uma queda de 3%. Ainda assim, a analista diz que obteve bons resultados na China e Índia graças à OnePlus.
Por fim a Vivo, foi a fabricante que teve um maior trambolhão, com quebras de 17%, mantendo o quinto lugar com uma fatia de 8%. A marca teve grandes quebras de vendas na China e mercados como a Índia e sueste asiático.
Nas suas conclusões, a Counterpoint diz que o mercado está longe de uma fase de grande crescimento, uma vez que os utilizadores demoram mais tempo a trocar de smartphone. A falta de inovação e o crescimento e amadurecimento do mercado de recondicionados são motivos que estão a afetar os novos lançamentos.
O segmento premium, para os smartphones acima dos 600 dólares continua a crescer e parece imune à crise da indústria. Os consumidores preferem uma experiência superior e isso reflete-se no crescimento deste segmento, registando a sua maior contribuição de sempre para o mercado global no segundo trimestre. A especialista diz que mais de um em cada cinco smartphones vendidos no período é um modelo premium. E neste segmento a Apple reina, registando recordes de quota em novos mercados que não eram considerados principais para a marca. Na Índia o crescimento foi de 50% face ao mesmo período do ano passado.
Apesar do declínio do mercado, espera-se que na segunda metade do ano as fabricantes lancem novos modelos para atrair os consumidores a atualizarem os seus smartphones e a acelerar o ciclo de substituição. A Counterpoint espera que o mercado recupere lentamente nos próximos trimestres.
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