Depois de ter registado um crescimento de 12% em receitas no ano passado, o mercado de bens tecnológicos vai desacelerar em 2022. Segundo dados da GfK, nos dois primeiros meses do ano, as receitas deste mercado caíram 3% em comparação com o período homólogo em 2021. Anteriormente, as previsões dos especialistas já tinham apontado para a tendência, com uma quebra no crescimento impulsionado pelo contexto da pandemia de COVID-19.
Ao SAPO TEK, Rui Reis, Business Manager para as áreas de telecomunicações, eletrónica de consumo e tecnologia da GfK Portugal, já tinha dado a conhecer que o clima de consumo na Europa abrandou significativamente no final de 2021. O impacto da guerra na Ucrânia fez com que a recuperação esperada para este ano ficasse aquém das expetativas.
De acordo com os mais recentes dados da GfK, equipamentos vistos como inovadores, como aspiradores-robot com estações de carregamento, afirmam-se como os itens mais procurados pelos consumidores desde o início do ano. Nesta categoria verifica-se um aumento de 182% nas receitas face ao mesmo período no ano passado.
Os notebooks ultrafinos e televisões que têm ecrãs com dimensões superiores a 65 polegadas contaram com crescimentos acima da média: mais 7% e 13%, respetivamente. Destacam-se também os dispositivos que simplificam a vida dos consumidores, sobretudo produtos domésticos inteligentes.
Os equipamentos de automação residencial, como termostatos inteligentes, sensores de movimento ou detetores de incêndio, registaram um aumento de 15% em sete países da União Europeia (Bélgica, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Espanha, Itália e Holanda), entre janeiro e fevereiro.
Constata-se ainda uma taxa de crescimento acima da média no que toca a eletrodomésticos multifuncionais, que, segundo a GfK, melhoraram a sua posição no mercado em comparação com o período homólogo.
O comportamento dos consumidores mudou, em grande parte devido à pandemia, com a Internet a ter uma maior relevância nas compras. A GfK indica que os consumidores estão mais bem informados, mas também mais seletivos: 62% já usam plataformas online e offline para pesquisar informação antes de comprarem novos equipamentos eletrónicos e a atenção dada a reviews aumentou a uma taxa acima da média.
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