A Ernst & Young anunciou o lançamento de uma plataforma de inteligência artificial que integrará com vários serviços disponibilizados pela consultora e que resulta do investimento de 1,4 mil milhões de dólares feito em IA ao longo dos últimos 18 meses. Foram desenvolvidas várias ferramentas de IA, incluindo um modelo de linguagem de grande escala (Large Language Model) próprio.

O modelo tem estado a ser treinado com informação pública, disponível na internet, mas o plano da consultora passa por passar a usar também a sua informação interna de mais de 100 anos de atividade, para este fim. Em declarações à Business Insider, a empresa assegurou, no entanto, que a informação pessoal de clientes não será usada para treinar este LLM.

“O momento da IA é agora. Todas as empresas estão a considerar a forma como será integrada nas operações e o seu impacto no futuro. No entanto, a adoção da IA é mais do que um desafio tecnológico”, sublinha Carmine Di Sibio, CEO e presidente mundial da EY

Para a l+ider da empresa, "trata-se de desbloquear um novo valor económico de forma responsável para tirar partido do enorme potencial desta evolução tecnológica".

Segundo o The Wall Street Journal, a EY pretende formar todos os 400 mil empregados para trabalharem com a tecnologia e o modelo de linguagem que a empresa entretanto disponibilizará, o EY.ai EYQ, já testado num piloto com 4.200 colaboradores. Para interagir com a plataforma existirá um chat, como também acontece com o ChatGPT da OpenAI.

A plataforma EY.ai também vai ajudar os clientes da empresa a incorporarem inteligência artificial nos seus fluxos de trabalho, gerirem os seus dados, terem acesso a mais análise preditiva, apoio na pesquisa e resumo de informação e na validação de informação financeira, refere-se.

“A Inteligência Artificial está a levantar questões que vão ao centro do que é o trabalho e porque trabalhamos”
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No comunicado, a EY explica ainda que, na construção desta nova plataforma que vai suportar muitos dos serviços mais relevantes da oferta da consultora, tirou partido de várias parcerias. Entre elas, a parceria com a Microsoft, que permitiu o acesso antecipado aos dois modelos de linguagem mais recentes da OpenAI, o GPT3 e GPT4, base para o desenvolvimento de novos serviços com IA generativa.

Neste nova gama de ofertas, uma das novidades será o lançamento de um chat, o EY Intelligent Payroll Chatbot, que já foi testado em março com a Microsoft e que vai responder a questões complexas sobre o processamento de salários “para personalizar a experiência dos colaboradores e ajudar a reduzir a carga de trabalho do empregador até 50”, explica-se.

O investimento em inteligência artificial assumiu abertamente lugar prioritário na estratégia das Big Five da consultoria nos últimos tempos. Todas têm grandes projetos em curso nesta área e têm feito questão de anunciar quanto vão custar.

A Pwc anunciou em abril um investimento a três anos de 1000 milhões de dólares em IA, para alargar a sua oferta nesta área. A Deloitte tinha anunciado em dezembro que está a investir 1,4 mil milhões de dólares para desenvolver novos serviços baseados em IA.

A KPMG disse em julho que vai aplicar 2 mil milhões de dólares em serviços de IA e cloud nos próximos cinco anos e a Accenture tinha dito um mês antes que tem 3 mil milhões de dólares para ajudar os clientes a reinventarem-se com a IA.