Os Estados Unidos terão imposto à TSMC novas restrições à exportação de chips avançados para a China, medidas que devem entrar em vigor já esta segunda-feira. A notícia está a ser avançada pela Reuters, que cita fontes próximas do processo, para dizer que o Departamento de Comércio contactou a TSMC por carta para impor à empresa de Taiwan, com fábricas nos Estados Unidos, as novas restrições.
Na sequência do pedido, a fabricante terá informado as empresas chinesas de design de chips e GPUs para IA que recorrem aos seus serviços de fabrico, que as restrições entrariam em vigor no início desta semana.
Segundo a ordem, a TSMC, que lidera o fabrico mundial de semicondutores, deve deixar de fornecer chips de 7 nanómetros e com todas as configurações abaixo dessa a clientes chineses. Os chips mais pequenos são os mais avançados e aqueles que podem ser usados para processar tarefas relacionadas com inteligência artificial.
Recorde-se que há poucas semanas foi notícia o resultados de uma investigação que identificou tecnologia da TSMC num processador da Huawei, algo que mesmo antes da nova ordem já violava os controlos de exportação em vigor. A Huawei está especificamente na lista de empresas chinesas consideradas uma ameaça para a segurança nacional norte-americana e é há anos visada por ordens de restrição no fornecimento de tecnologia americana ou fabricada nos EUA. Restrições que têm vindo a ser reforçadas.
Só é possível fornecer tecnologia local à Huawei, ou a qualquer outra empresa na “lista negra” do Departamento de Comércio, num conjunto de áreas determinadas, com uma licença aprovada pelas autoridades americanas. A área da IA é um domínio sensível, por se considerar que toda a inovação feita aí pela China pode ser usada para fins militares ou de espionagem comercial contra os Estados Unidos. Assim, será pouco provável que algum fornecedor americano ou com ligações ao país receba ordem para fornecer esse tipo de tecnologia a uma empresa considerada próxima ao regime de Pequim, como a Huawei.
Na sequência da investigação que “desmontou” o processador Ascend 910B da Huawei para análise, a TSMC terá suspendido as vendas à chinesa Sophgo, que aparentemente funcionaria como “procuradora” da Huawei. No entanto, há cada vez mais suspeitas de que várias outras empresas façam o mesmo e contornem os controlos de exportação americanos. O Congresso dos EUA abordou o caso ainda no final de outubro.
Note-se que o processador da Huawei no centro da polémica é visto como o chip de IA mais avançado de uma empresa chinesa e é uma peça fundamental na recuperação da companhia que voltou aos primeiros lugares de vendas no mercado local, quase reerguendo-se das cinzas e alegadamente às custas de inovação e tecnologia local.
A TSMC tem dito que está disponível para cumprir as restrições à exportação impostas pelos Estados Unidos. Numa nota enviada à Reuters o ministério da economia de Taiwan confirmou o mesmo. “A TSMC tem tido discussões regulares com o governo sobre questões de controle de exportação e deixou claro que cumprirá as regulamentações nacionais e internacionais”.
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