As aplicações de encontros tiveram de se adaptar à pandemia, que obrigou a população mundial a sujeitar-se a medidas de confinamento. Por outro lado, com os bares, discotecas e outros locais públicos de convívio fechados, as pessoas acabaram por investir mais tempo nas redes sociais e apps de encontros para estabelecer relações no domínio virtual. E segundo um relatório da data.ai (anteriormente conhecida como App Annie), as aplicações de encontros tiveram um crescimento exponencial.

As aplicações de encontros mostraram-se resilientes durante a crise da COVID-19, com as empresas a desenvolverem novas estratégias para ajudar os utilizadores a manterem o contacto à distância. Por exemplo, em maio de 2020, o Tinder decidiu “abrir” as fronteiras virtuais para que utilizadores de todo o mundo pudessem mais facilmente falar uns com os outros e registou no início desse mês um número recorde de 3 mil milhões de “swipes”.

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apps de dating Créditos: data.ai

No mais recente relatório State of Mobile 2022, é referido que os utilizadores gastaram cerca de 4,2 mil milhões de dólares em 2021, em aplicações de encontros como o Tinder, Hinge, Bumble, Badoo e outras. Trata-se de um aumento de 95% de gastos dos utilizadores desde 2018 e um crescimento de 30% face a 2020. A data.ai destaca o crescimento na Indonésia, que em 2018 registava um valor de mercado abaixo os 4 milhões, mas que em 2021 os números quase triplicaram para 11 milhões. Os quatro principais mercados em 2021 foram os Estados Unidos, Japão, Reino Unido e China, que registaram também um grande crescimento.

O Tinder foi a aplicação que liderou o mercado em 2021, sendo a que mais foi descarregada em todos os oito mercados da América, dominou seis dos 13 mercados do Pacífico Asiático e cinco dos sete mercados EMEA. Em antecipação ao Dia dos Namorados, o Tinder somou mais de 500 milhões de downloads em todo o mundo. Também foi a aplicação onde os utilizadores mais gastaram dinheiro, registando um recorde de 1,35 mil milhões de dólares em gastos, num crescimento de 35% face ao ano anterior.

O relatório destaca ainda aplicação britânica eHarmony, que ultrapassou os 100 milhões de dólares em gastos, a maioria na versão iOS. A aplicação sul-coreana Azar, uma espécie de Chatroulette que emparelha utilizadores através de vídeo, com capacidade de traduzir voz e vídeo de utilizadores em todo o mundo também foi destacada. Desde que foi lançada originalmente para Android, em novembro de 2013, a app Azar acumulou 228 milhões de downloads e mais de 610 milhões de gastos dos utilizadores até ao dia 5 de fevereiro de 2022. A aplicação acabou por ser adquirida pela Match Group em 2021, por 1,725 mil milhões de dólares, juntando-a à família do Tinder e Hinge.

Utilização de aplicações de encontros cresce com novas estratégias para manter o contacto à distância
Utilização de aplicações de encontros cresce com novas estratégias para manter o contacto à distância
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A especialista chama a atenção para a transformação das apps de encontros com a exploração das ferramentas dos metaversos, um conceito que pode expandir as relações entre os utilizadores. É referido que a Match Group já está a experimentar algumas ideias, tendo lançado alguns itens virtuais suportados pela sua moeda Tinder Coins. Já começou também a construir a sua Single Town, com os utilizadores a interagirem através de áudio em tempo real nos encontros virtuais. A app esta a ser testada em campus colegiais na Coreia do Sul. Na China também já se fazem experiências no metaverso, com a aplicação Yumi, em que os utilizadores podem criar os seus avatares a partir da sua fotografia, salienta a data.ai.