Com as medidas de isolamento social implementadas por governos em todo o mundo devido à pandemia da COVID-19, as relações amorosas passaram ainda mais para o mundo virtual levando um "boom" da utilização de aplicações de encontros durante o período de isolamento.

Segundo a consultora App Annie, as aplicações de encontros mostraram-se resilientes durante a crise da COVID-19, com as empresas a desenvolverem novas estratégias para ajudar os utilizadores a manterem o contacto à distância. Por exemplo, em abril, o Tinder decidiu “abrir” as fronteiras virtuais para que utilizadores de todo o mundo pudessem mais facilmente falar uns com os outros e registou no início desse mês um número recorde de 3 mil milhões de “swipes”.

Número de utilizadores semanais ativos em aplicações de encontros durante a pandemia de COVID-19
Número de utilizadores semanais ativos em aplicações de encontros durante a pandemia de COVID-19 créditos: App Annie

O número de utilizadores das 10 apps mais populares manteve-se relativamente estável durante os primeiros meses do ano, registando algumas subidas no dia de São Valentim. Em comparação com janeiro, aplicações como a  Hinge viram um aumento de 20% no que toca número de utilizadores semanais ativos.

A consultora detalha que, entre finais de março e abril, a Bumble registou um aumento no nível de mensagens enviadas e de videochamadas realizadas. Durante a semana de 19 a 25 de abril, o número de dados usados por smartphones Android em cada sessão apresentou uma subida de 40% em relação a janeiro.

A Match, a empresa-mãe do Tinder e de aplicações como a Hinge, revelou que os utilizadores nos países mais afetados pela pandemia se tornaram mais ativos do que antes e que a duração das conversas virtuais aumentou de 10% para 30%.

À imprensa internacional, uma porta-voz do Tinder deu também a conhecer que, no final de março, o número de mensagens enviadas nos Estados Unidos teve um aumento entre 10 e 15% em comparação com fevereiro. Em países como a Itália ou a Espanha, o crescimento situou-se nos 25%.

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Além das aplicações de encontros, as conversas e o envio de fotografias mais provocantes nas redes sociais também se tornaram frequentes durante o período de isolamento. Um relatório da Khoros divulgado pela imprensa internacional deu conta de um aumento de 384% da utilização de termos como “nudes” ou “dick pics” em combinação com “coronavírus” no Twitter.

Houve também um crescimento do número de nudes partilhadas em subreddits como r/GoneWild. As redes sociais mais orientadas para a partilha de conteúdos explícitos tornaram-se populares em tempos de isolamento. Em finais de abril, os dados do Google Trends revelaram que o número de pesquisas relativas à plataforma OnlyFans duplicaram desde o início de março.