Um estudo realizado pela NovaSBE, em parceria com a consultora Ernst and Young, revela que a transformação digital não é uma surpresa para as empresas, uma vez que os responsáveis pelos círculos de decisão parecem estar cientes da revolução digital em curso. Das 102 empresas que responderam ao questionário, 62% indicou ser pioneira no que toca à implementação de novas tecnologias dentro do seu sector, o que revela um alto nível de otimismo face à posição que ocupam em comparação com a concorrência.
As autoras do estudo revelam que apesar da confiança, as empresas portuguesas não aparentam estar adiantadas no processo de transformação digital, pelo menos em relação às suas concorrentes internacionais. No entanto, 41% das respostas afirma que o processo de transformação já começou há mais de 5 anos na sua empresa, ao passo que apenas 1% afirmou não ter interesse em transformar o seu negócio com a ajuda das potencialidades das novas tecnologias. Dos vários sectores que aqui se prestaram à avaliação, as empresas de media são as que mais cedo parecem ter iniciado o processo, em oposição à indústria da distribuição.
No que diz respeito às ferramentas que estão a ser utilizadas para alavancar este processo, o estudo conclui que as empresas estão a dar mais importância à comunicação via redes sociais e ao marketing digital, big data e analytics, soluções cloud e internet das coisas. No entanto, apenas 35% das empresas assegura estar numa fase adiantada de implementação destas soluções. Em comparação, antecipam-se investimentos poucos significativos na condução autónoma, quantum computing e impressão 3D - "quando identificam o nível de investimento futuro nas tecnologias, os participantes reportam que as suas organizações irão investir nas mesmas tecnologias em que já investiram no passado".
Apesar dos diferentes níveis de adoção tecnológica, a NovaSBE e a EY concluem que, em Portugal, a transformação digital parece começar pela experiência que o cliente tem com a empresa e pelo desenvolvimento de produtos e serviços, onde são reportados níveis elevados de desenvolvimento. Reporta-se menor desenvolvimento na estratégia e liderança, pessoas e organização e gestão de informação e risco.
O estudo serviu ainda para concluir que é o sector de energia e utilidades que reporta maior desenvolvimento tecnológico. As empresas da indústria da distribuição e retalho são as que menos avanços revelam neste âmbito.
Em relação ao processo de transformação digital, a perceção dos participantes é de que haverá um impacto positivo nas relações entre pessoas, na organização do trabalho e na função que os colaboradores desempenham. Acredita-se ainda que o horizonte temporal dessas mudanças está muito próximo, a acontecer nos próximos 2 anos.
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