Os prazos de pagamento muito longos continuam a ser uma das principais razões de queixa das empresas, que depositam agora cada vez mais confiança em tecnologia como a inteligência artificial para minimizar o impacto do problema, destaca o European Payment Report 2025 da Intrum.

A pesquisa mostra que 58% dos executivos acreditam que os avanços na IA vão melhorar significativamente a sua capacidade de gerir pagamentos em atraso. No ano passado 50% já pensavam assim. Os líderes do setor público são os mais otimistas em relação a este potencial.

“Os setores voltados para o consumidor, como os serviços públicos, utilities, retalho e transportes, são os mais otimistas quanto ao impacto positivo da IA nos seus negócios”, assinalam os autores da pesquisa.

Verifica-se ainda que 59% das empresas já utilizam IA na gestão de pagamentos e outras 32% planeiam vir a fazer o mesmo, embora só 22% dos entrevistados acreditem que os clientes prefiram interagir com IA, quando discutem atrasos de pagamentos.

Entre as empresas que já usam tecnologias potenciadas por inteligência artificial para agilizar ciclos de faturação, 25% registaram um aumento de eficiência e 20% dizem que houve uma redução nos pagamentos em atraso.

O relatório apurou igualmente que quase oito em cada dez executivos estão a simplificar os processos de pagamento que disponibilizam aos clientes. Quase quatro quintos (78%) estão a melhorar interfaces de pagamento e uma percentagem idêntica está a apostar na disponibilização dos métodos de pagamento preferidos pelos clientes (75%). A grande maioria das empresas (79%) estão já também a investir em análise de dados para prever tendências de pagamentos em atraso, uma área onde a IA pode acrescentar muito valor.

European Payment Report 2025
European Payment Report 2025 créditos: Intrum

Os dados compilados pelo European Payment Report mostram ainda que quase 11% das receitas totais das empresas são pagas com atraso. Este fator, associado à instabilidade económica e comercial, com as novas taxas Trump, agravam a perspetiva pessimista de muitas organizações.

Em Portugal, 23% das empresas admitem a possibilidade de encerrar atividade nos próximos dois anos se as condições económicas não melhorarem. Quase um terço são PMEs.