Segundo uma reportagem do Wall Street Journal, a Electronic Arts estava a ponderar uma proposta para deixar de ser uma empresa pública e cotada em bolsa, para voltar a ser privada, caso o negócio que está a ser avaliado se concretize. A EA está em negociações para ser vendida por cerca de 50 mil milhões de dólares, sendo listado um consórcio de investidores composto pela Silver Lake, a Affinity Partners e o Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita. A empresa já confirmou o negócio por 55.000 milhões de dólares, revelou em comunicado. A transação vai ser realizada em dinheiro e vai colocar a EA numa aceleração de inovação e crescimento para construir o futuro do entretenimento. 

A Electronic Arts é uma das empresas de videojogos mais antigas e mais poderosas no mercado. É conhecida atualmente sobretudo pela sua linha de jogos de desporto de futebol (FC 2026), mas também de basquetebol (NHL) e futebol americano (NFL), entre outros. Tem ainda uma família de estúdios como a DICE da série Battlefield, a Codemasters para os jogos de corridas, a BioWare para RPGs, a Respawn Entertainment para Apex Legends e jogos de Stars, entre outros estúdios. Tem também um programa de apoio a produtoras externas, a EA Originals, onde constam títulos como Split Fiction e Immortals of Aveum, entre outros. 

Apesar do negócio rondar os 55 mil milhões de dólares, o Wall Street Journal diz que o valor de mercado da Electronic Arts estaria nos 43 mil milhões de dólares, antes de ser conhecido o atual interesse na compra da empresa. Desde então, as ações da EA valorizaram cerca de 15%. 

De notar que a Arábia Saudita já detém cerca de 10% da empresa, numa aquisição feita em 2023. A Silver Lake tem uma participação na Unity, empresa tecnológica que fornece motores gráficos a muitos dos jogos produzidos no passado nos estúdios da editora. Esta passa a ser a maior aquisição de forma alavancada de sempre, ou seja, a capacidade de uma empresa ser adquirida na totalidade aos acionistas e tornar-se privada. O recorde é da TXU em 2007, num registo de 32 mil milhões de dólares. 

Nos termos do acordo, o Consórcio vai adquirir os 100% da EA, considerando os 10% já detidos pela Arábia Saudita. Os acionistas da Electronic Arts vão receber 210 dólares por cada ação em dinheiro. Este valor de compra representa um prémio de 25% pelo valor de 168,32 dólares à data de fecho da bolsa de valores no dia 25 de setembro, o último dia em que foram feitas transações sem o efeito da notícia. Há também um prémio para o valor mais elevado de sempre das suas ações em 179,01 dólares por ação, à data de 14 de agosto de 2025, explica no comunicado.

Nos detalhes do negócio, a fatia já detida pelo Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita corresponde a cerca de 36 mil milhões de dólares. Cada membro do consórcio irá investir em partes iguais, considerando ainda os 20 mil milhões de dividas que vão ser financiados em exclusivo pelo JPMMorgan Chase Bank, sendo que 18 mil milhões são financiados no encerramento final do negócio. 

"A nossa criatividade e as equipas apaixonadas na EA ofereceram experiências extraordinárias para centenas de milhões de fãs, tendo construído alguns dos IPs mais icónicos, criando valor significativo para o nosso negócio. Este momento é um poderoso reconhecimento do seu trabalho impressionante", salientou o chairman e CEO da Electronic Arts, Andrew Wilson. O ainda líder da empresa diz que no futuro, a empresa vai continuar a puxar pelos limites do entretenimento, desporto e tecnologia, desbloqueando novas oportunidades para as futuras gerações.

O negócio foi aprovado pelo quadro de diretores da EA, esperando o encerramento do processo no primeiro trimestre do ano fiscal de 2027, estando sujeito às respetivas aprovações regulamentárias e dos acionistas. A partir deste momento, as ações da Electronic Arts deixam de estar listadas em qualquer mercado público.

De notar ainda que quando a venda da EA ficar concluída, a empresa vai manter a sua sede em Redwood City, na Califórnia, mantendo-se Andrew Wilson como CEO da gigante do gaming.

Nota de redação: adicionados mais detalhes sobre o negócio.