“Sendo Macau uma cidade onde se fala português, creio ser muito importante manter esta tradição e esperamos ajudar as startups lusófonas a conhecer melhor os mercados chinês e asiáticos”, disse o cofundador da Beyond Expo, Jason Ho Kin Tung.
O programa da feira, a decorrer entre 10 e 12 de maio, inclui, na quinta-feira, a segunda edição do Brazil-Portugal Innovation Company Roadshow (em português, Mostra de Empresas de Inovação Brasil-Portugal).
A Beyond Expo vai contar com “pelo menos 60 grandes fundos de capital de risco”, incluindo o fundo soberano de Singapura, Temasek, para os quais os países lusófonos ainda estão “algo fora do radar”, disse Jason Ho.
Apesar de admitir que “vai haver um período de aprendizagem”, o empresário acredita que vários grandes grupos financeiros chineses poderão investir em startups como um primeiro passo para entrar nos mercados de Portugal e Brasil.
Jason Ho, filho do líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, elogiou ainda “o espírito de aventura” das startups que tentam, através de Macau, dar o salto para a China, “um mercado imenso, com muito potencial, mas também com enorme competição”.
Quatro das dez startups foram distinguidas em concursos de inovação e empreendedorismo organizados em Macau para tecnológicas de Portugal e do Brasil, incluindo a Biosolvit, biotecnológica luso-brasileira na área da proteção ambiental que venceu em 2021 a primeira edição do concurso.
Duas outras empresas distinguidas em 2021 vão participar: as brasileiras Bioo, que desenvolve soluções de saúde para diabéticos, e Pocket Clinic, que quer desenvolver uma seringa inteligente para doenças crónicas que requerem injeção contínua de medicamentos.
A lista inclui ainda a vencedora da segunda edição do concurso, em 2022, a portuguesa Virtuleap, que combina neurociência e realidade virtual para ajudar a aumentar os níveis de atenção, no tratamento de doenças cognitivas e para retardar o início do declínio cognitivo.
Após duas edições da Beyond Expo limitadas pela pandemia, Jason Ho disse que não foi possível convidar mais startups, porque Macau abriu as fronteiras a todos os estrangeiros “de forma tão repentina”, a 05 de janeiro.
O organizador disse esperar que em 2024 possa contar com mais projetos de países lusófonos além de Portugal e do Brasil, mercados onde “o ecossistema para startups já está mais maduro”.
Mais de 600 empresas vão participar este ano na feira, mas Jason Ho não esconde uma ambição maior: “até 2026, queremos que, quando o mundo quiser conhecer a inovação tecnológica na Ásia, venha à Beyond Expo”.
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