Os gastos mundiais com inteligência artificial devem atingir os 632 mil milhões de dólares em 2028, segundo uma nova previsão da IDC, que inclui as despesas com aplicações habilitadas para IA, infraestruturas e serviços.
Os Estados Unidos continuarão a liderar o mundo no que se refere à despesa com IA. Em 2028 o valor deve chegar aos 336 mil milhões de dólares e a GenAI vai justificar 108 mil milhões de dólares dessa despesa. A Europa Ocidental será a segunda região do globo com maior volume de investimento/despesa em IA, seguida pela China.
Se a estimativa da IDC se confirmar, isto significa que o valor da despesa com IA a nível global mais do que duplicará até àquela altura, com uma taxa anual média de crescimento de 29% entre 2024 e 2028, graças à rápida incorporação dessas tecnologias, em especial de IA generativa (GenAI), num vasto leque de produtos.
No entanto, a análise da IDC também conclui que, embora a GenAI esteja no centro das atenções, as despesas com este tipo de soluções serão inferiores ao total combinado de todas as outras aplicações de IA, como o machine learning, deep learning, reconhecimento automático da fala e processamento de linguagem natural.
Ainda assim, essa categoria (GenAI) deve manter um ritmo de crescimento da despesa tão rápido que permanecerá acima do ritmo de crescimento do mercado como um todo. A taxa anual de crescimento médio da despesa em GenAI, entre 2024 e 2028, será de 59,2%, para no final do período a despesa ascender aos 202 mil milhões de dólares, ou 32% dos gastos totais com IA.
Por áreas, o software será o segmento onde os gastos com IA serão mais expressivos - mais de metade da despesa prevista pela consultora deve realizar-se aí. Nesse universo, dois terços de todas as despesas com software irão para aplicações de IA e plataformas de inteligência artificial. O restante para o desenvolvimento e implementação de aplicações de IA e software de infraestrutura de sistemas de IA. No hardware de IA, a IDC inclui servidores, armazenamento e Infraestrutura como Serviço (IaaS) e elege esta como a segunda categoria com maior volume de despesa em IA nos próximos cinco anos.
“Os serviços de TI e empresariais vão registar uma taxa de crescimento ligeiramente mais rápida do que o hardware, com uma taxa de crescimento médio anual de 24,3%”, indica a previsão. Em comparação, o investimento em software de IA vai crescer a um ritmo anual de 33,9%.
Por indústrias, a maior fatia da despesa com tecnologias de inteligência artificial vai ser feita pela área de serviços financeiros, que assegurará 20% dos investimentos realizados, com a banca a liderar. Em segundo lugar surgem os serviços de software e informação e o retalho, que em conjunto vão absorver uma quota de 45% de toda a despesa com IA até 2028. Já a taxa de crescimento mais rápida da despesa com IA, entre as 27 indústrias analisadas pela IDC, vai verificar-se nos serviços pessoais e profissionais (32,8% ao ano), seguindo-se o sector de transportes e laser (31,7%).
Por casos de utilização, o aprovisionamento de infraestruturas para a IA será o grande motor de investimentos nestas tecnologias, mas a crescer a um ritmo mais lento que outros, por ser uma área onde os investimentos já começaram há algum tempo. Entre os exemplos de áreas de aplicação da IA com mais investimento a médio prazo, a IDC posiciona agora os sistemas e soluções de combate à fraude e de apoio ao cliente.
O crescimento mais rápido de volumes de investimento deve acontecer nas áreas de processamento de reclamações e comércio digital. Na verdade, em 30 dos 42 casos de utilização estudados pela IDC prevê-se um crescimento da despesa superior a 30% nos próximos cinco anos.
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