Este ano, as despesas com segurança digital na Europa devem aumentar 11,8% e nos próximos anos a tendência de crescimento vai manter-se, com a IDC a prever que em 2028 estas despesas ascendam a 97 mil milhões de dólares. Os dados compilados no Worldwide Security Spending Guide da consultora mostram que a contribuir para este crescimento estão vários fatores, que influenciam a perceção das organizações em relação à segurança, ou que as obrigam a reforçar os investimentos nesta área. Entre eles, fatores geopolíticos, intensificação da cibercriminalidade e um ambiente regulatório cada vez mais rigoroso.

A República Checa e a Hungria são os países europeus onde a despesa em cibersegurança mais vai aumentar este ano, respetivamente 15,4% e 14,1%, face a 2024. O terceiro país europeu com maior crescimento na despesa de segurança será a Irlanda: 13,3%.

As grandes empresas, com mais de mil trabalhadores, vão continuar a ser aquelas que mais investem em cibersegurança na Europa, mas é entre as mais pequenas que o investimento mais vai crescer, à medida que essas companhias se tornam cada vez mais visadas por ciberataques e também pela pressão regulatória.

IDC - Despesa com segurança _ Europa 2025
IDC - Despesa com segurança _ Europa 2025 créditos: IDC

A maior parte da despesa será aplicada à compra de software, que vai contribuir para mais de metade do budget de segurança de empresas e outras organizações. Face ao ano passado, o investimento em software para a área da segurança deve crescer 14,8%.

A cloud será uma das principais responsáveis pelo crescimento, com destaque para as plataformas de proteção de aplicações nativas da nuvem. O software de gestão de identidades e acessos e o software de análise de segurança também vão pesar mais este ano nos investimentos das empresas.

“As despesas com cibersegurança na Europa refletem uma mudança na forma de olhar para a segurança, agora vista como um fator crítico de negócio e não apenas como uma necessidade técnica”, sublinha Romain Fouchereau, responsável da IDC Security.

“Para implementar novas tecnologias de forma segura, as empresas estão a criar estruturas de segurança resilientes para resistir a ciberataques e a perturbações do mercado. Estão também a procurar proteger ambientes de TI complexos”, acrescenta o responsável. Isto acontece em simultâneo com a transformação digital, que mantém o espaço na agenda.

Por sectores, a indústria aeroespacial e da defesa, bem como a banca, devem ser os mercados onde o investimento em segurança mais vai crescer em 2025. A taxa de crescimento prevista pela IDC para estes três sectores é de 13,5%. O regulação, nomeadamente a norma NIS2, será um dos grandes drivers, bem como a defesa.

O estudo da IDC analisa o investimento em segurança em 28 indústrias, cobrindo 48 países.