A estratégia da SAP está “bem encaminhada” para “um crescimento robusto da cloud”, nas palavras recentes do seu CEO, Christian Klein, que carateriza a oferta RISE with SAP como um “acelerador maciço para a transformação do negócio” dos clientes da empresa.
A nova solução foi anunciada no mercado português há cerca de três meses e assenta numa lógica de disponibilização de serviços e ferramentas, que abrangem desde o redesenho de processos de negócio até migração técnica e infraestrutura em cloud, em conjunto com o ecossistema de parceiros SAP.
“Nos últimos meses, ao conversarmos com muitas empresas, CEOs e outros decisores, ficou claro que o porquê e os objetivos da transformação digital são evidentes para todos e que a principal questão que se coloca é ‘como atuar’”, referiu José Tavares em entrevista ao SAPO TEK. “Como transformar continua a ser um desafio para muitos”, sublinhou.
Para o Diretor de Soluções e Inovação da SAP Portugal, é um facto que a transformação digital não acontecerá apenas por se realizar uma migração técnica para a cloud, por se explicar o poder da Inteligência Artificial ou por se comprar uma nova tecnologia.
“Muitos dos nossos clientes têm necessidades individuais, resultantes dos seus cenários. Há clientes que podem iniciar a sua jornada diretamente na cloud, outros não. Logo, é necessário oferecer diferentes pontos de partida para o redesenho dos seus processos e permitir a evolução de qualquer organização para uma empresa inteligente”.
José Tavares defende que o verdadeiro valor vem da inovação dos processos de negócios, que requer uma transformação digital holística e um processo de mudança. “É disso que se trata o RISE with SAP”.
Na “prática” a nova oferta assenta essencialmente em quatro grandes pilares. De acordo com o explicado pelo responsável, é uma solução nativa em cloud sobre qualquer hyperscaler, em que a SAP é o único ponto de contato; efetua um redesenho dos processos de negócio assentes num ERP de nova geração em tempo real, permitindo processos com Inteligência Artificial integrada, automação via robots e analítica avançada; concede o acesso às redes de negócios da SAP para compras, gestão de ativos, operadores logísticos, sob a forma de starter packages; e, por último, inclui o acesso à SAP Business Technology Platform, a plataforma tecnológica que suporta as soluções SAP, onde os clientes e parceiros podem desenvolver inovações para complementar e integrar essas mesmas soluções e a partir da qual conseguem aceder a tecnologias emergentes como Blockchain, ML, IoT, entre outras.
“O RISE with SAP não é simplesmente a soma das partes. É uma oferta cloud, na qual potenciamos a transformação digital como um serviço, em que, como já referi, ajudamos os nossos clientes a iniciar o seu percurso para a empresa inteligente ao seu próprio ritmo e condições”.
Incertezas que não pararam ninguém
Incerteza é a palavra que mais assola os dias que correm, ao nível das empresas, da sociedade, de saúde e pessoal, mas isso não significa parar os negócios, os serviços e, muito menos, as iniciativas de transformação digital, considera José Tavares.
“A tecnologia é, e será sempre, um facilitador para esta transformação, a qual é muito mais que a simples digitalização ou adoção de tecnologia per si. É também uma automatização e otimização dos processos de negócio, tendo as pessoas como núcleo central desta transformação”.
O responsável da SAP defende que, em Portugal, as iniciativas de transformação digital, economia verde e reindustrialização devem avançar já, para que as empresas e os organismos púbicos saiam desta crise o mais fortalecidos possível. Mas é muito importante não perder de vista o conceito de resiliência.
“A agilidade e flexibilidade têm de se basear num conhecimento, que não põe em risco os objetivos da nossa empresa, da nossa margem, da nossa rentabilidade”, aconselha. “É necessário pegar nesta informação e integrá-la nos processos de negócio, ao longo de toda a cadeia de valor e de todas as áreas de negócio”.
Também é imprescindível mudar o nível de serviço disponibilizado aos clientes, dar mais suporte aos colaboradores, que estão a trabalhar a partir de casa ou, mesmo mudar a forma de relacionamento com os fornecedores.
Algo que está a acontecer na transformação das empresas e organismos públicos, na opinião do Diretor de Soluções e Inovação da SAP Portugal, é que estes não se cingem a uma visão única de B2B e B2C. “Devem ter também, uma cultura, quiçá preditiva, de B2Me (Business to me). E isso significa um recentrar no cliente, endereçar o “segmento de um”, produtos inteligentes, tal como a cadeia de produção, logística e entregas inteligentes. Ou serviços digitais e novos modelos de negócio no ecossistema/rede de negócios, onde todos trabalham com um propósito. E, por isso, temos empresas tão relevantes para a nossa economia como a Galp, Inapa ou Simoldes, que já começaram este processo”.
Caminho faz-se cada vez mais por entre a “nuvem”
Empresas de todas as dimensões estão a adotar a cloud a um ritmo cada vez mais elevado. A pandemia contribui para este caminho e hoje, mais do que nunca, as organizações centram-se em modelos de operação na cloud.
José Tavares assegura que a SAP antecipou este movimento e desde há algum tempo passou a disponibilizar inovações de forma constante em todos os trimestres e, com isso, a agilizar a adoção das suas soluções. "As organizações que estão a avaliar soluções empresariais procuram resultados, não querendo ser 'donos' das licenças dos produtos de software", salienta.
Verifica-se também uma crescente preocupação com as várias vertentes da sustentabilidade, algo que é bom para o modelo de negócio, para a reputação do setor e para o futuro do país e das novas gerações. “Sentimos que ainda há muito por fazer, mas também é importante termos em consideração o que já foi feito”.
Em Portugal, a SAP registou em 2020 um crescimento de 51% nas vendas de cloud, que hoje representam cerca de 30% das receitas de sofware no país. “A evolução demonstra a confiança que as empresas e organismos públicos depositam nas soluções Cloud da SAP, para se tornarem mais ágeis, automatizadas e com maior rentabilidade”.
Os resultados globais dos três primeiros meses de 2021 demonstram a continuidade do crescimento do negócio cloud, com as receitas a aumentarem 13%, em relação ao mesmo período do ano passado, o que levou a SAP a rever em alta as previsões anuais.
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