"O progresso rápido da tecnologia tem transformado o panorama económico e financeiro, a utilização de tecnologias tem promovido o aparecimento de novos serviços, novos modelos de negócio e novos 'players' no mercado, ao mesmo tempo, novos riscos", segundo o preâmbulo da proposta de lei do Governo, referindo-se que o objetivo é regular "a prestação de serviços com ativos virtuais e constituição de bancos virtuais/digitais".
Os bancos virtuais ou bancos digitais podem ser definidos como bancos que fornecem principalmente serviços bancários de retalho através da Internet ou outras formas de canais eletrónicos, contrariamente ao modelo tradicional, de agências físicas.
"As entidades que pretendam exercer atividades com ativos virtuais, no território nacional, ficam sujeitas ao cumprimento dos deveres preventivos e das obrigações prescritas na legislação que estabelece medidas destinadas a prevenir e reprimir o crime de lavagem de capitais, bens, direitos e valores, bem como das obrigações previstas na legislação que estabelece medidas de natureza preventiva e repressiva contra o terrorismo e o seu financiamento, e demais regulamentos aplicáveis", estabelece ainda.
O Governo admite ainda que os "bancos virtuais ou bancos digitais, cujos modelos de negócio se baseiam na tecnologia, poderão trazer inúmeras vantagens para o sistema financeiro cabo-verdiano", designadamente "aumentar a concorrência no sistema, através da expansão da oferta de produtos e serviços devido ao uso de recursos tecnológicos mais avançados e especializados", mas também o acesso ao financiamento para as pequenas e médias empresas, "uma vez que a tecnologia reduz as assimetrias de informação".
O executivo quer "tornar os processos de financiamento mais céleres e eficazes" e "reduzir as taxas de juro aplicáveis às operações de crédito".
"Nesta conformidade, numa primeira abordagem, os bancos virtuais ou bancos digitais estarão sujeitos ao mesmo regime de autorização e funcionamento que os bancos convencionais. Entretanto, o Banco de Cabo Verde poderá regulamentar, por Aviso, as condições de acesso ao mercado, monitorando e avaliando continuamente este modelo de negócio digital, emitindo, quando apropriado, normas específicas ao modelo de negócio, sem, contudo, prejudicar a inovação tecnológica", define a legislação proposta.
Em Cabo Verde operam sete bancos com licença genérica, comerciais e que empregavam no início de 2022 praticamente 1.300 trabalhadores.
Esses bancos comerciais registaram lucros históricos de 42,5 milhões de euros em 2022, um aumento de 26,5% face ao ano anterior, segundo dados provisórios do banco central noticiados no final de fevereiro pela Lusa.
De acordo com o relatório Indicadores do Sistema Bancário do Banco de Cabo Verde (BCV), com os principais indicadores financeiros e prudenciais de instituições de Crédito de Autorização Genérica relativos a dezembro de 2022, os bancos comerciais somaram um resultado líquido positivo de 4.663 milhões de escudos (42,5 milhões de euros).
Este desempenho compara, segundo o histórico do BCV, com os 3.685 milhões de escudos (33,6 milhões de euros) de lucros no final de 2021 ou com os 349 milhões de escudos (3,1 milhões de euros) contabilizados dez anos antes, em 2012.
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