Nos últimos dois anos, São Francisco tornou-se uma cidade de teste para os serviços de táxis autónomos da Waymo da Alphabet (a casa-mãe da Google) e a Cruise da General Motors. E as empresas já começam a olhar para a expansão dos seus serviços em outras cidades dos Estados Unidos. Mas as autoridades dos transportes de São Francisco não parecem estar satisfeitas com o desempenho e já enviaram cartas aos reguladores da Califórnia a pedir que invertam os planos de expansão das empresas.
Tal como noticia a NBC News, foram registados repetidos incidentes em torno dos táxis autónomos, desde veículos que pararam e ficaram imobilizados no meio da estrada sem razão aparente, causando atrasos nos autocarros e bloqueando o trabalho das forças de emergência. As cartas enviadas aos reguladores pretendem impedir que as empresas continuem a aumentar as suas operações. Ambas querem oferecer serviços autónomos 24/7.
O processo de desenvolvimento de veículos autónomos tem sido longo, numa história de anos que envolve polémicas e diversos recuos no seu lançamento mais abrangente. Atualmente, além de São Francisco, Austin e Phoenix já receberam os serviços da Cruise, ainda que de forma limitada e em testes. Em São Francisco, a Cruise pode utilizar 30 veículos em algumas zonas da cidade, num horário compreendido entre as 10 da noite e as 6 da manha, horário onde existe menos veículos a circular, sem qualquer condutor humano de segurança. E apesar de já ter recebido uma permissão para testar os veículos a qualquer hora do dia, precisa primeiro de permissões da Comissão de Serviços Públicos da Califórnia para expandir o seu horário comercial.
Apesar de nenhuma das empresas estar ligada a incidentes que envolvem vítimas mortais, são vários os relatos de histórias caricatas relacionadas com os táxis sem condutor, demonstrando como a cidade e a sociedade ainda não estão totalmente preparados para receber a tecnologia. Um exemplo foi quando um veículo da Cruise “tentou fugir” de um agente da polícia que foi filmado e partilhado nas redes sociais. Mas o bloqueio das estradas, quando estes deixam de funcionar, são as situações mais reportadas.
Perante este cenário, as autoridades de São Francisco não desejam impedir que as empresas continuem a testar os veículos, mas sim diminuir a velocidade de expansão das suas frotas, assim como melhorar as condições com que se deslocam. Na carta, as autoridades de São Francisco recomendam uma maior restrição e que se apresentem demonstrações de melhorias na performance; em vez da sua rápida expansão geográfica na área onde operam e o aumento das horas de serviço, como foi requerido.
Apesar das autoridades da cidade quererem que os serviços continuem a ser testados, devem ser impedidos os planos de escala enquanto todas as questões não forem retificadas. Na lista de impedimentos que as autoridades querem introduzir está a impossibilidade de os veículos circularem na baixa da cidade, assim como durante as horas de ponta da manhã e do fim da tarde. E deseja ainda mais dados sobre a performance dos veículos autónomos.
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