A Apple vai indemnizar os utilizadores que foram vítimas de um esquema fraudulento em seu nome, para pôr termo a um processo judicial. Os burlados vão receber 70% do valor perdido no esquema, segundo os termos de um acordo que ainda não tem todos os detalhes revelados.
O esquema consistia na venda de cartões presente da Apple via telefone, com os burlões a pressionarem as vítimas para a aquisição de forma agressiva e recorrendo a argumentos falsos, como a possibilidade de poderem usar os montantes para pagar contas em diferentes serviços públicos, ou dívidas de cartões bancários. Quem aceitava fazer a compra era incitado a partilhar os dados do cartão de crédito, que eram depois usados em favor dos burlões.
O processo interposto pelos queixosos acusava a Apple de ter conhecimento do esquema e nada fazer para impedir que prosseguisse. O acordo foi submetido ao tribunal de São José na Califórnia e foi negociado com a ajuda de mediadores. Terá agora de ser apreciado e aceite pelo juiz encarregue do caso, para ser válido.
O mesmo juiz, em 2020, recusou um pedido da Apple para invalidar o caso e desresponsabilizar a empresa, por concordar que os esforços da empresa para combater o esquema, mesmo depois deste chegar ao seu conhecimento através de diversas vítimas, foram inconsistentes.
O acordo agora alcançado abrange qualquer vítima deste esquema nos Estados Unidos, entre 2015 e julho de 2020, que tenha fornecido o código do seu cartão de crédito a burlões, pensando que estava a fazê-lo para comprar cartões presente nas lojas Apple.
Na informação já conhecida sobre o acordo, citada pela Reuters, revela-se que a Apple aceitou pagar 70% dos fundos roubados, porque os restantes 30% são considerados uma comissão pelo facto de ter aceite ressarcir os enganados, com conhecimento de que está a trocar códigos de oferta fraudulentos por dinheiro.
O valor desviado através deste esquema não é revelado, mas a ação refere que estão em causa “centenas de milhões de dólares”.
Os processos judiciais e regulatórios são frequentes em empresas que lidam diretamente com consumidores, do tamanho da Apple, mas 2024 pode ser mais desafiante a este nível para a dona do iPhone. Em 2024, a empresa conhecerá várias decisões nesta esfera que podem ter um grande impacto no seu negócio de serviços, o mais rentável da companhia.
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