A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) fez um balanço de 2022, referindo que o ano se revelou muito dinâmico no processo de angariação de investimento direto estrangeiro. A agência refere que angariou em média, um novo cliente a cada oito dias durante o ano. Isso significou um recorde para novos clientes angariados, num total de 47 novos projetos que confirmaram a decisão de investir e se estabelecer em Portugal.

A AICEP calcula que foram criados mais de 7.130 novos postos de trabalhos, representando um encaixe de mais de 2,4 mil milhões de euros. Comparativamente a 2021, houve um crescimento de pedidos de informação e apoio para novos projetos de investimento, na ordem dos 33%. Já o último recorde registado, em 2021, tinham sido 41 novos projetos acompanhados pela agência.

É referido que o perfil desses projetos é muito diversificado no que diz respeito à atividade e origem geográfica. A agência refere que a escolha de Portugal se prende pela perceção muito positiva sobre a disponibilidade e qualidade do talento nacional e a capacidade em atrair talento internacional, sobretudo nas atividades tecnológicas associadas a inteligência artificial, cibersegurança e IoT.

Em julho, o SAPO TEK tinha dado conta que Portugal foi o oitavo país da Europa com maior número de projetos de investimento estrangeiro que tinham sido captados em 2021. E de facto, os projetos ligados às TI representavam um terço do investimento. Pode ler mais como Portugal está a captar o investimento estrangeiro no nosso dossier.

Portugal captou 65 investimentos TI estrangeiros em 2021 e 80% são centros de inovação ou serviços
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Para 2022, a AICEP refere que cerca de 4.400 dos novos postos de trabalho criados com o investimento relacionam-se com TI e desenvolvimento de software. Destes, 66% são projetos ligados a centros de competências, sejam de engenharia ou de software; 23% são novas unidades industriais, tais como a eletrónica, automação, mobilidade e aeronáutica; 9% são centros de serviços partilhados, sobretudo multifunções com ampla cobertura geográfica; e 2% correspondem a aquisição de unidade industrial com vista a expansão da sua atividade.

Relativamente à origem dos investidores, os Estados Unidos assumem a liderança com 19%, seguindo-se o Reino Unido e a Suíça com 15%, a Alemanha com 13% e os Países Nórdicos dividem também 15%, incluindo a Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. A AICEP registou ainda novos projetos da França, Bélgica e Países Baixos.

Luís Castro Henriques, Presidente da AICEP, salienta a tendência de investimento de nearshoring, ao nível de prestação de serviços competitivos a nível internacional a partir de Portugal. E acrescenta que o reforço da competitividade internacional do país na última década deverá continuar a responder às exigências do cenário concorrencial. “O País está hoje no radar de muitas empresas internacionais e reúne as condições para capitalizar esta visibilidade. Para continuar a ser a escolha certa, no momento certo”.