Assistir ao Web Summit online não é o mesmo que olhar para um pavilhão cheio, ou para as áreas de exposição a fervilhar de movimento e conversas. Os oradores e os temas estão ao mesmo nível de interesse, até é mais fácil "mudar" entre os diferentes palcos, o que pode acontecer num segundo em vez de ter de correr pelo meio de multidões, mas no fim do primeiro dia em que a equipa do SAPO TEK assistiu a dezenas de sessões, a ideia que fica é que se retirou o principal elemento de energia e "magia" do Web Summit.

Sem grandes bugs técnicos, a maioria das sessões decorreram sem problemas e aparentemente as falhas estavam mais relacionadas com a internet local e os recursos dos computadores dos participantes do que da transmissão, a plataforma desenvolvida para a conferência pela Digital Trends "aguentou-se bem" depois de termos registado um erro 503 logo antes da primeira sessão.

Mas há quem se queixe de estar a ver "sessões gravadas", gerais, com diferentes qualidades de imagem e som entre os oradores, e que isso perturba a experiência geral e pode tornar complicado manter o ritmo de interesse durante três dias.

A falta de um fio condutor entre várias sessões foi também apontada como um dos problemas. Saltar entre sessões também tem um lado negativo, e falta o tempo de "respirar" o ar da exposição nesse processo. Pior que tudo: a musiquinha que escolheram para os "intervalos" que ao fim de algum tempo começa a complicar com os nervos...

Na verdade é a qualidade dos oradores e o ritmo da conversa que interessa, e é curioso ver que há quem se apresente a partir do escritório, da sala de estar ou até da cozinha nestas talks com oradores tão variados.

104 mil participantes?

Nos números do Web Summit, partilhados hoje, estão registados 104.328 participantes, de 168 países, 1.137 oradores, 2.229 jornalistas, 1.145 investidores, 2.007 startups e 169 parceiros confirmados. Mas devem estar sossegadinhos em algum local, porque nenhuma das sessões em que participámos contou com mais de 5 mil participantes. E alguns palcos e sessões limitavam-se a algumas (poucas) centenas.

Em vez do Night Summit, que normalmente propiciava um convívio depois das sessões e animava os restaurantes e bares de Lisboa, desta vez online há possibilidade de "minglar", numa espécie de "roleta russa" de contactos que fica aberta mais uma hora depois do encerramento das sessões.

Paddy Cosgrave está confiante que no próximo ano já possa voltar-se a um modelo presencial, mas que acredita que pode ser misto, facilitando a participação de pessoas online sem terem de se deslocar a Lisboa. Mesmo com a facilidade e simplicidade que estar a assistir a tudo online traz, não há nada como falar cara a cara com as pessoas.

Aqui pode recordar alguns dos melhores momentos de 2019, num "diário fotográfico" construído pela equipa do SAPO TEK.

O SAPO TEK está a acompanhar tudo o que se passa no Web Summit e pode seguir aqui as principais notícias e intervenções com a nossa equipa. Se tiver sugestões ou recomendações de talks e startups envie-nos um email.