De acordo com o relatório "Freedom on the Net 2023: The Repression Power of Artificial Intelligence" [Liberdade na Internet 2023: O poder de repressão da inteligência artificial, na tradução para português], a repressão digital intensificou-se no Irão, país que registou o pior declínio do ano à medida que as autoridades encerravam o serviço de Internet, bloqueavam plataformas como o WhatsApp e o Instagram, e aumentavam a vigilância numa tentativa de reprimir protestos antigovernamentais.
Apesar de o Irão ser o país em maior declínio, a China continua a manter, pelo nono ano consecutivo, o título de pior ambiente do mundo para a liberdade na Internet.
O relatório frisa ainda que Myanmar (antiga Birmânia) esteve perto de ultrapassar a China como o país com as piores condições para a liberdade na Internet, e que as condições pioraram nas Filipinas quando o ex-Presidente Rodrigo Duterte utilizou uma lei antiterrorismo para bloquear 'sites' de notícias que criticavam a sua administração.
No período do levantamento, também o estatuto da Costa Rica como defensora da liberdade na Internet ficou em perigo, após a eleição de um Presidente cujo gestor de campanha contratou pessoas para perseguir 'online' vários meios de comunicação do país.
A organização sem fins lucrativos Freedom House, com sede em Washington, indica que, à medida que as condições se deterioraram em 29 países, melhoraram em outros 20, apesar de os ataques à liberdade de expressão se terem tornado mais comuns em todo o mundo.
A Freedom House observou num número recorde de 55 dos 70 países abrangidos pelo relatório cidadãos a enfrentarem repercussões legais por se expressarem online, enquanto outras pessoas acabaram agredidas fisicamente ou mortas pelos seus comentários na Internet em 41 países.
Os casos mais flagrantes ocorreram em Myanmar e no Irão, cujos regimes autoritários executaram sentenças de morte contra pessoas condenadas por crimes relacionados com a expressão online.
Na Bielorrússia e na Nicarágua, onde as proteções à liberdade na Internet caíram drasticamente durante o período de cobertura, cidadãos receberam "penas de prisão draconianas" por falarem online, "uma tática central utilizada pelos ditadores de longa data Alyaksandr Lukashenka e Daniel Ortega nas suas violentas campanhas para permanecerem no poder", aponta o relatório.
"O maior declínio na escala de 100 pontos do relatório ocorreu no Irão (-5), seguido pelas Filipinas (-4) e depois pela Bielorrússia (-3), Costa Rica (-3) e Nicarágua (-3)", indicou a organização.
O "Freedom on the Net" é um estudo anual sobre os direitos humanos na esfera digital. O projeto avalia a liberdade na Internet em 70 países, representando 88% dos utilizadores da Internet em todo o mundo. Este relatório, o 13.º da sua série, cobriu a evolução entre junho de 2022 e maio de 2023.
Mais de 85 analistas e consultores contribuíram para a edição deste ano, utilizando uma metodologia padrão para determinar a pontuação de liberdade na Internet de cada país numa escala de 100 pontos, com 21 indicadores separados relativos a obstáculos ao acesso, limites de conteúdo e violações dos direitos dos utilizadores.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
20 anos de Halo 2 trazem mapas clássicos e a mítica Demo E3 de volta -
App do dia
Proteja a galáxia dos invasores com o Space shooter: Galaxy attack -
Site do dia
Google Earth reforça ferramenta Timelapse com imagens que remontam à Segunda Guerra Mundial -
How to TEK
Pesquisa no Google Fotos vai ficar mais fácil. É só usar linguagem “normal”
Comentários