
No final da década de 1970, a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA) começaram dar os primeiros passos no desenvolvimento de um telescópio espacial capaz de ultrapassar os efeitos de distorção causados pela atmosfera para captar imagens do Universo com uma nitidez sem precedentes.
A ideia tornou-se materializou-se finalmente em 1990 e, a 24 de abril desse ano, o telescópio espacial Hubble, “batizado” em homenagem ao astrónomo Edwin Hubble, seguiu rumo ao Espaço a bordo do vaivém Discovery.
35 anos depois, o Hubble continua a sua missão, tendo-se tornado num dos instrumentos científicos mais bem-reconhecidos na história da Humanidade, realçam as agências espaciais na sua mensagem de aniversário. As suas descobertas transformaram a maneira como vemos e compreendemos o Universo e o telescópio continua a surpreender-nos com imagens fascinantes, mas também a inspirar novas investigações científicas.
Para assinalar a data, a NASA e a ESA juntaram-se para revelar um conjunto de imagens captadas recentemente pelo Hubble, que mostram visões detalhadas do Planeta Vermelho, regiões de formação estelar e uma galáxia vizinha.
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35 anos a desvendar os segredos do Universo
Como lembra a NASA, antes de 1990, já existiam telescópios ópticos terrestres, mas as suas capacidades de observação eram limitadas. Além disso, existiam grandes discrepâncias nas estimativas acerca da idade do Universo, a ideia de que os buracos negros supermassivos “alimentavam” um conjunto de fenómenos energéticos raros não passava de uma hipótese e, até à data, nenhum planeta tinha sido observado a orbitar outra estrela.
Com o lançamento do Hubble foi aberta uma nova janela para o Universo. No entanto, a sua missão não começou exatamente da melhor forma. Dois meses após o lançamento, a NASA anunciou que haviam falhas no sistema óptico do telescópio que estavam a causar distorções nas imagens captadas. Três anos depois, em 1993, as falhas foram corrigidas por astronautas durante a primeira missão de manutenção do telescópio.
Inicialmente, esperava-se que o Hubble tivesse um tempo de vida útil de 15 anos. Mas, o telescópio acabou por superar largamente as expectativas, em grande parte, devido às cinco missões de manutenção, entre 1993 e 2009, que permitiram fazer atualizações às suas câmaras, computadores e outros sistemas.

Até à data, o telescópio fez perto de 1,7 milhões de observações, “espreitando” cerca de 55.000 pontos de interesse astronómico. Ao todo, os dados recolhidos pelo Hubble ao longo destes 35 anos de exploração perfazem mais de 400 TB. Segundo a NASA, as descobertas feitas pelo Hubble resultaram em mais de 22.000 artigos científicos que, até fevereiro de 2025, contavam com mais de 1,3 milhões de citações.
A lista de descobertas do Hubble é longa e, entre os marcos alcançados, contam-se as imagens mais profundas do Universo alguma vez captadas. O telescópio também deu aos cientistas a possibilidade de medir a expansão do universo com maior precisão e de descobrir que os buracos negros supermassivos são comuns entre as galáxias.
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Além de permitir as primeiras medições de atmosferas em exoplanetas, o Hubble também contribuiu para a descoberta da energia negra, isto é, do fenómeno misterioso que acelera a expansão do Universo, reconhecida em 2011 com o Prémio Nobel da física.
Como realça a NASA, o Hubble abriu a porta a uma nova geração de telescópios modernos, encontrando “pistas” que, hoje, estão a ser investigadas através do James Webb e por outros observatórios espaciais.
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Para já, o telescópio ainda não tem uma data marcada para a “reforma” e, de acordo com informação oficial, continuará as suas operações durante os próximos anos, pelo menos, até meados da década de 2030.
Eventualmente, quando quando deixar de estar operacional, o plano passa por acoplar um módulo de propulsão ao telescópio de modo a deslocá-lo para uma órbita mais elevada e mantê-lo a flutuar por mais algum tempo ou, então, para fazer uma reentrada controlada na atmosfera terrestre, com destino ao “cemitério espacial” no sul do oceano Pacífico.
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