A grande maioria dos portugueses diz reconhecer os perigos associados às atividades online, mas a confiança contrasta com a realidade, segundo a DECO.

De acordo com os resultados de um estudo no âmbito do mês europeu da cibersegurança, 83% dos portugueses reconhecem os riscos associados à internet e 57% confiam na sua capacidade de se protegerem. Por outro lado, são apenas 36% aqueles que afirmam saber o que fazer caso se tornem vítimas de cibercrime.

Proposta sobre regime de cibersegurança segue para consulta pública ainda este mês
Proposta sobre regime de cibersegurança segue para consulta pública ainda este mês
Ver artigo

As mensagens fraudulentas, que prometem prémios, alertam para bloqueio de contas ou para encomendas retidas, normalmente acompanhadas de um link, onde serão solicitadas informações sensíveis, são um dos esquemas que continuam a enganar muitos portugueses. Grande parte dos inquiridos que foram vítimas de uma tentativa de burla conseguiram escapar, mas 15% chegaram a transferir dinheiro para as contas dos burlões, em média, 460 euros por lesado.

Apesar de existir uma elevada consciência dos riscos online, muitos dos inquiridos demonstram lacunas significativas na adoção de medidas de proteção eficazes, deixando-se vulneráveis a ciberataques cada vez mais sofisticados, como phishing, ransomware e engenharia social.

O inquérito realizado pela DECO PROteste indica ainda que 90% dos participantes mostram-se preocupados com o impacto da desinformação online, apenas 44% acreditam que os organismos estatais estão a combater o cibercrime de forma eficaz, e somente 33% consideram que as redes sociais fazem o suficiente para proteger os seus utilizadores.

Clique nas imagens para mais detalhe

Apesar da consciencialização dos riscos, a adoção de medidas de segurança ainda é insuficiente. Embora 85% evitem transações financeiras em redes Wi-Fi abertas e 82% não abram links ou ficheiros de origem desconhecida, há práticas básicas que ainda negligenciadas por uma grande parte, como a instalação de antivírus no smartphone (29%), a utilização de bloqueadores de anúncios (28%) e o recurso a gestores de passwords (24%). A atualização regular de software, crucial para corrigir falhas de segurança, é praticada por quase 60%, mas ainda com margem para melhoria.

O estudo foi conduzido em maio de 2024 e recolheu 4.015 respostas válidas em quatro países – Bélgica, Espanha, Itália e Portugal –, 1.000 das quais de participantes portugueses que refletem as suas experiências e opiniões acerca do cibercrime.

Em comunicado, a DECO PROteste apela a um "esforço conjunto de todos os intervenientes – consumidores, entidades governamentais e empresas tecnológicas – para promover uma cultura de cibersegurança mais eficaz e proteger os cidadãos dos crescentes perigos do mundo digital".