O webinar “TU és TU online?”, organizado pelo Centro Internet Segura para assinalar o Dia da Internet mais Segura, trouxe para debate questões em torno da identidade e liberdade digital dos mais novos, sendo também palco para uma discussão acerca de uma das perguntas que está na mente de muitos pais: como assegurar que os filhos têm uma relação saudável e segura com o mundo online?
Como explica Eduardo Sá, psicólogo e psicanalista, é importante não perder de vista que os jovens estão a viver “um mundo completamente novo, para o qual nós não estamos efetivamente preparados”.
Fazendo referência ao título do webinar, o psicólogo indica que, na Internet, as pessoas podem ser quem não são, basta olharmos para o que se passa em redes sociais como o Instagram. “Estamos a criar uma realidade paralela para a qual todos estão a colaborar com uma distração muito grande”, afirma, acrescentando que não há, em muitos casos, noção das consequências que esta situação poderá ter.
“Somos as pessoas mais distraídas naquilo que se passa com a relação dos adolescentes com a Internet”, detalha. Enquanto navegam online, os jovens recebem muito rapidamente informação sobre conteúdos que não são adequados à sua idade, mesmo quando nem tem intenções de pesquisar sobre isso.
O psicólogo alerta também para a relação dos jovens, em particular do sexo masculino, com os videojogos online. “Os pais fecham os olhos aos videojogos” e “o que preocupa é que [os jovens] vivem agarrados a uma realidade que depois não têm contraponto”, detalha.
Outra realidade preocupante apontada por Eduardo Sá prende-se com situações em que os adolescentes são incentivados por outras pessoas, que à primeira vista parecem não ser mal-intencionadas e que fazem-se passar, por exemplo, por supostas agências de modelos, a enviar fotografias e que depois se vêm envolvidos em esquemas de chantagem.
Para o psicólogo, os pais estão, por vezes, mais preocupados em conhecer os amigos reais dos seus filhos do que com os conhecidos virtuais nas redes sociais e plataformas digitais.
“Nós temos de ter uma relação muito mais séria e equilibrada”, afirma, lembrando que as regras digitais também se impõem no caso dos pais, que também estão “agarrados” aos ecrãs. “Eu não fico tão preocupado com a Internet, fico muito mais preocupado com aquilo que os pais fazem diante da utilização da Internet”, enfatiza.
Assim, que cuidados os pais devem ter? Eduardo Sá enfatiza que os pais têm de ser uma verdadeira “entidade reguladora”, delimitando o tempo que os filhos passam online e verificando se os conteúdos a que acedem são, de facto, adequados às suas idades.
Para terem uma ideia do que os mais novos andam a fazer, os pais não precisam de invadir a privacidade dos filhos. É necessário existir uma relação de confiança entre ambas as partes, de modo a que os jovens percebam que têm alguém em quem confiar quando se deparam com situações que consideram mais preocupantes ou em que não têm a certeza como proceder, sem esquecerem que as regras estabelecidas são para cumprir.
Que sinais de alerta é que os pais devem ter em conta e que podem indicar que a relação dos seus filhos com a Internet não é a mais saudável? O psicólogo aponta principalmente para agitação e, sobretudo, para a forma como os jovens reagem, em muitos casos com “explosões de ira” quando a tecnologia lhes é tirada.
A pensar nos pais que sentem alguma dificuldade em ajudar os seus filhos a terem uma relação mais equilibrada com a Internet, o SAPO TEK reuniu um conjunto de conselhos úteis baseados em recomendações de especialistas.
Clique nas imagens para conhecer alguns conselhos para ajudar os seus filhos a estarem mais seguros no mundo online
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