O mês de maio traz regras mais “apertadas” à classificação de conteúdos nas redes sociais da Meta, com o objetivo de oferecer “maior transparência e contexto adicional para lidar com as fake news e evitar o risco de restringir desnecessariamente a liberdade de expressão”.

É por isso que a partir do próximo mês, Facebook, Instagram e WhatsApp vão passar a mostrar a etiqueta "Made with AI" – “feito com recurso a IA” em português - em mais conteúdos vídeo, áudio e imagem do que até agora.

Clique nas imagens para mais detalhes

Estes conteúdos passam a ser identificados pela plataforma se forem detetados “sinais de imagens de IA partilhados pela indústria” ou sempre que “alguém divulga que está a partilhar online conteúdos gerados por IA”, explicou Monika Bickert, vice-presidente da área de políticas de conteúdos da Meta, num texto publicado a partir do blog oficial da gigante tecnológica.

A responsável acrescenta que a decisão de reforçar as regras de classificação surge em concordância com as recomendações do Conselho de Vigilância da empresa, considerando que “a transparência e mais contexto são a melhor forma de tratar conteúdos manipulados”, para evitar o risco de restringir inutilmente a liberdade de expressão.

“Se determinarmos que imagens, vídeos ou áudio criados ou alterados digitalmente criam um risco particularmente elevado de enganar o público sobre uma questão importante, poderemos adicionar um rótulo mais proeminente para que as pessoas tenham mais informações e contexto”, refere Monika Bickert.
Europa quer redes sociais e motores de busca a trabalharem na identificação de conteúdos gerados por IA
Europa quer redes sociais e motores de busca a trabalharem na identificação de conteúdos gerados por IA
Ver artigo

Além dos conteúdos gerados por IA, a Meta vai continuar a retirar das suas plataformas sociais tudo o que contrarie as suas regras “contra a ingerência no processo eleitoral, a intimidação, o assédio, a violência (…) ou qualquer outra política que figure nas nossas normas comunitárias”, sublinha.

A decisão da empresa acaba, igualmente, por ir ao encontro do pedido feito recentemente pela Comissão Europeia às principais redes sociais e motores de busca de identificação clara de publicidade política e conteúdos gerados por inteligência artificial (IA), para combater a desinformação antes das eleições europeias de junho.

A Comissão Europeia pretende reduzir os riscos de difusão de informações falsas, como deepfakes - sons, fotografias e vídeos manipulados -, em que as plataformas devem “avaliar e atenuar os riscos específicos associados à IA”, por exemplo, ao “rotular claramente os conteúdos gerados por inteligência artificial”.