No último ano, o volume de telemóveis vendidos ilegalmente no Brasil mais do que duplicou, passando a representar 25% do total. Números divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrónica (Abinee), com base em dados apurados pela IDC, revelam que no final do ano passado o mercado paralelo representou 6,2 milhões de equipamentos, cerca de um quarto do número total de equipamentos vendidos. Um ano antes, os equipamentos ilegais representavam 10% do mercado.
A esmagadora maioria dos equipamentos vendidos ilegalmente (90%) são comercializados através de marketplaces e o maior atrativo para o crescimento deste mercado paralelo está no preço dos equipamentos que, em média, custam nestes circuitos menos 38% que nos canais de venda oficiais.
Os dados recolhidos permitem ainda calcular que a perda de receitas de impostos a favor do Estado, associada a estas vendas ilegais, deverá rondar os 4 mil milhões de reais (cerca de 741,7 milhões de euros).
"O problema é que o modelo dos marketplaces facilita a venda de produtos irregulares, uma vez que um site abarca diferentes vendedores, e muitos deles agem na ilegalidade", comentou o presidente da ABINEE, Humberto Barbato, em declarações à Reuters.
O Mercado Livre, que é uma das maiores plataformas de comércio eletrónico do Brasil, explicou à Agência que as políticas para combater este tipo de fenómeno passam por excluir todos os anúncios identificados como publicidade a produtos irregulares e notificação do vendedor, que pode mesmo ser banido definitivamente
A Amazon, por seu lado, garante que todos os produtos listados no seu site têm de ter licenças, autorizações, certificações e homologações e os vendedores têm de assinar declarações em como cumprem a legislação em vigor. Quando são identificados produtos de contrabando são excluídos e os que estiverem nos centros de distribuição da empresa podem mesmo ser destruídos.
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