A CNET é um portal de informação norte-americano, especializado em tecnologia. Recentemente, a empresa conduziu alguns testes com um modelo de Inteligência Artificial que foi alocado à redação de Finanças, onde tem escrito peças sobre o tema.

Depois de um período em que a experiência parecia estar a ser frutífera, os editores foram avisados por alguns leitores de que um dos artigos publicados continha vários erros crassos. Em consequência, o portal decidiu conduzir uma auditoria interna para aferir a extensão do problema, tendo concluído que existiam muitos outros textos com problemas.

Dos 77 artigos publicados, 44 tiveram de ser corrigidos. A CNET esclarece que poucos precisaram de intervenções substanciais, sendo que a maioria continha apenas algumas imprecisões.

O The Verge indica que, em alguns casos, o portal foi obrigado a substituir parágrafos inteiros, uma vez que estes não eram inteiramente originais. A CNET acredita que estas situações ocorreram porque a equipa de edição não correu o texto pelo detetor de plágio ou porque a ferramenta falhou na identificação de excertos semelhantes noutros sites.

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A notícia de que o portal estaria a recorrer a IA para escrever algumas peças, foi dada no início desta semana, pelo Futurism. O órgão analisou alguns dos artigos publicados pelo site e encontrou peças sobre o mesmo tema, publicadas por outros portais, com frases e estruturas idênticas.

O Engadget sublinha que, tal como existe hoje, a IA não pode ser culpada por casos de plágio, "uma vez que o software não tem a capacidade de perceber que copiar algo é uma violação do código de ética que os humanos aplicam a si próprios". Apesar disso, as equipas de edição da CNET devem ser responsabilizadas, dado que a utilização de modelos do género deve ser complementada por um trabalho humano de verificação.

Apesar de tudo, o portal afirma ter intenções de continuar a publicar peças redigidas com recurso a Inteligência Artificial. A empresa quer afinar as ferramentas que usa para o efeito e espera conseguir tornar o processo à prova de erros.