O email da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares foi enviado no mesmo dia em que foi anunciada a suspensão das atividades escolares, avançam hoje o Jornal de Notícias e o Correio da Manhã, que dizem que foram dadas indicações para preparar o ensino online.
O encerramento das escolas de todos os graus de ensino foi anunciado na quinta feira, 21 de janeiro, depois de uma decisão do Conselho de Ministros, e explicada pelo Ministro da Educação em conferência de imprensa. Tiago Brandão Rodrigues sublinhou que esta era uma suspensão das atividades letivas que se mantinha até 8 de fevereiro, com os alunos sem aulas e com a compensação nos períodos de férias de Carnaval e Páscoa, mas também com a extensão das aulas na primeira semana das férias de verão.
Este fim de semana foi anunciada a lista das escolas de acolhimento, destinadas aos dependentes de trabalhadores de serviços essenciais. São cerca de 700 escolas que recebem estes alunos e que servirão também refeições aos alunos abrangidos por apoios no âmbito da Ação Social Escolar.
Durante a conferência o ministro defendeu que o objetivo do Governo é manter as aulas presenciais, por considerar que esta é a melhor forma de aprendizagem e a que garante a proteção dos mais frágeis. A possibilidade de retomar o ensino à distância, que foi opção na primeira fase de confinamento, em março de 2020, não foi considerada uma opção, embora o ministro referisse que poderia vir a ser feita uma reavaliação.
O "estudo em casa tem funcionado" mas "estamos a falar de muito mais do que isso, daquilo que acontece nas escolas", afirmou o Ministro em conferência de imprensa, defendendo o ensino empresarial e as vantagens na proteção dos mais frágeis. Ainda assim garantiu que se fez um processo de digitalização das escolas que "está a acontecer de forma notável" e que além disso houve uma mobilização das autarquias e das empresas para equipar as escolas e os alunos com equipamentos.
Na primeira fase de confinamento, em março de 2020, a opção foi de recorrer ao ensino a distância, de forma síncrona através de telescola na televisão, mas também assíncrona com aulas por videoconferência, mas ficaram evidentes as fragilidades e desigualdades existentes. O programa Escola Digital, que tinha sido inscrito no Programa do Governo com uma dotação de 500 milhões de euros ainda antes da pandemia se manifestar, só começou a ser aplicado mais tarde, e o primeiro lote de 100 mil computadores terá sido entregue até ao final do primeiro trimestre, a 18 de dezembro de 2020.
Durante a conferência de imprensa de hoje Tiago Brandão Rodrigues lembrou o trabalho de digitalização das escolas que tem sido feito, dizendo que já foram adquiridos mais 335 mil computadores para entrega aos alunos necessitados, mas que esta "é uma grande corrida internacional" e afirmou que Espanha tentou fazer uma grande aquisição e não conseguiu porque não há disponibilidade.
O Ministro diz que "estou verdadeiramente contente porque os diretores das escolas diz que estão preparadas para recorrer ao ensino à distância", mas que isso não está neste momento a ser equacionado.
Depois destes 15 dias de encerramento das escolas o ministro admite que terá de ser feita nova avaliação, referindo que por enquanto ainda há estes dias de compensação das férias mas que depois terá de voltar-se ao ensino presencial, por um ciclo, ou dois ciclos, ou recorrer a um modelo de ensino à distância.
Preferência pelas aulas presenciais
Tiago Brandão Rodrigues tinha afirmado em audição parlamentar, a 12 de janeiro que “É na continuidade do ensino presencial que teremos de apostar (...) Fechar as escolas é fechar as portas à aprendizagem a, principalmente, quem menos tem”, afirmou o Ministro da Educação.
"A experiência do ano passado mostra que nada substitui o ensino presencial [...] o momento Eureka de aprender coisas novas", diz.
Entre as medidas mais recentemente adotadas para reforçar a preparação das escolas para a a pandemia estão a contratação de 3 mil assistentes operacionais e o rastreio nas escolas através de testes rápidos de antigénio.
Dirigentes escolares preferiam avançar já para ensino online
A Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) defendeu que deveria ter sido já adotada a modalidade de ensino online, em vez da suspensão das aulas, numa altura em que os alunos regressaram de férias há duas semanas.
“Todos percebemos que há necessidade de medidas com urgência, que faz todo o sentido parar tudo, mas penso que não faz sentido interromper agora as aulas para depois passarmos para o ensino 'online'”, disse à agência Lusa o presidente da ANDE, Manuel Pereira.
“Fazer uma interrupção letiva neste momento, não acho boa ideia. Faria mais sentido o ensino a distância. Não foi essa a opção do Governo, para nós é estranho”, acrescentou.
Os alunos, referiu, regressaram das férias de natal há 15 dias. “Para eles uma interrupção é mais uma forma de se distanciarem da escola, o que não é bom, e estando sem aulas vão querer sair de casa, o que em termos de controlo da pandemia também não é bom”, observou o dirigente associativo.
Se o prazo de interrupção letiva se prolongar vai avançar o modelo de ensino a distância, considerou.
Relativamente à situação dos meios digitais ao dispor das escolas e dos alunos, Manuel Pereira indicou que é hoje “melhor do que em março de 2020”, mas que ainda faltam entregar computadores prometidos em abril e que continua a haver famílias sem internet.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou a 4 de janeiro um “reforço da Internet” nas várias escolas do país, considerando a aposta na digitalização a “maior operação logística” e uma “verdadeira reforma” do sistema de ensino.
Durante a visita a uma escola no norte do país, o governante disse ainda que além de 100.000 computadores, que já foram distribuídos durante o primeiro período pelos alunos do ensino secundário do escalão A e escalão B da Ação Social, está prevista a entrega de mais 260.000 computadores.
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