As fraudes relacionadas com criptomoedas e romance não são propriamente uma novidade, mas, como revela uma nova investigação da Sophos, este é um fenómeno que está a aumentar, com esquemas elaborados que podem custar milhões às vítimas.
Seguindo uma investigação anterior, os especialistas da empresa de cibersegurança detalham que, ao longo dos últimos 18 meses, acompanharam redes criminosas que recorrem a aplicações falsas, assim como apps populares, para ganhar a confiança das vítimas, convencendo-as a investir em esquemas fraudulentos e a gastarem todas as suas poupanças.
Segundo os investigadores, uma das redes criminosas tem origem em Hong Kong, envolvendo um mercado falso de comércio de ouro. Já a segunda rede, com sede no Camboja e com ligações ao crime organizado na China, conseguiu roubar 500.000 dólares em criptomoedas em apenas um mês.
Como demonstrado por Sean Gallagher, Principal Threat Researcher da Sophos, os cibercriminosos de ambas as redes abordavam as vítimas através de mensagens diretas no Twitter ou em outras plataformas em vez de recorrerem a aplicações de encontros, que costuma ser um método mais frequentemente utilizado por este tipo de esquemas.
Citado em comunicado, o investigador indica que a Sophos acompanha este tipo de fraudes, a que chama CryptoRom, há já algum tempo. “Este é um tipo particular de esquema que depende de engodos românticos, sendo que os criminosos abordam as potenciais vítimas em aplicações de encontros e pedem-lhes que invistam em aplicações fraudulentas de negociação de criptomoedas”, explica.
“Contudo, o CryptoRom é apenas a ponta do icebergue”, realça o investigador. Desde o início da pandemia que se regista um crescimento significativo deste tipo de fraudes. Os criminosos estão também a mudar a forma como atuam, abordando vítimas em redes sociais e mensagens diretas e explorando outras áreas além das criptomoedas.
Depois de ter sido abordado por mensagem no Twitter, Sean Gallagher passou cerca de três meses a interagir com um dos cibercriminosos que se fazia passar por uma mulher supostamente vinda de Hong Kong.
Além de tentar transferir a conversa para o WhatsApp, o cibercriminoso tentou convencer o investigador a investir num mercado falso de comércio de ouro, que conhecia através do seu "tio Martin", supostamente um ex-analista da Goldman Sachs. Ao cairem nesta “armadilha”, as vítimas eram levadas para um website que imitava a imagem de uma empresa bancária japonesa legítima.
Os investigadores da Sophos indicam que, embora as táticas de engenharia social utilizadas pelos criminosos sejam menos avançadas do que em outros casos, os cibercriminosos estão a recorrer a técnicas sofisticadas para criarem páginas fraudulentas.
As fraudes detectadas ainda estão operacionais e “será difícil desativá-las”, afirma Sean Gallagher. Os especialistas já marcaram como maliciosos os domínios e endereços IP usados pela rede de Hong Kong, no entanto, os criminosos “já transferiram as suas operações fraudulentas para novos domínios” e estão uma nova infraestrutura para as suas plataformas fraudulentas.
Para evitar estes esquemas, os investigadores recomendam cuidados redobrados. É importante que mantenha a desconfiança no que respeita a mensagens suspeitas, seja por SMS, nas redes sociais ou em plataformas de encontros online, sobretudo se mencionarem “riqueza obtida com criptomoedas ou outros tipos de trading”, enfatiza Sean Gallagher.
As fraudes que envolvem criptomoedas e romance são apenas um dos muitos esquemas que circulam online e a que se deve manter atento. Na galeria que se segue pode encontrar alguns dos esquemas fraudulentos mais comuns.
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