Já deve ter ouvido falar em VPNs (Virtual Private Network), mas talvez não esteja bem familiarizado com esta tecnologia que ajuda a tornar as ligações online mais seguras, onde quer que esteja. São várias as vantagens para utilizar uma VPN, não apenas a nível de segurança, mas por exemplo, simular a ligação a partir de um outro país e dessa forma aceder a conteúdos que possam estar bloqueados no local onde se encontra.
Mas o que é uma VPN? Trata-se de um serviço que funciona como um intermediário, estabelecendo uma conexão digital entre o seu computador ou outro equipamento e um servidor remoto gerido por um fornecedor de VPN. A VPN cria uma espécie de túnel de ponto a ponto que encripta todos os dados pessoais e também importante, mascara o endereço de IP. Isso permite-lhe passar ao lado de bloqueios de websites ou firewalls na internet. Dessa forma, os utilizadores garantem uma experiência online privada e protegida, logo, mais segura quando decide escolher um serviço de subscrição de uma VPN.
Nesse sentido, uma ligação VPN é virtual, uma vez que não existem cabos envolvidos no processo de ligação. Por ser privada, através desta ligação ninguém poderá ver os dados do utilizador ou a atividade de navegação. Uma vez que funciona em rede, através de múltiplos equipamentos, entre o computador e o servidor de VPN, estes trabalham em conjunto para manter a ligação.
Gigantes tecnológicas como a Microsoft recomendam a utilização de um serviço de VPN exatamente por oferecer uma experiência online mais segura. Tanto o histórico de navegação como a localização do utilizador são indetetáveis. O anonimato permite mais privacidade do utilizador, assim como a liberdade de aceder a conteúdos bloqueados ou limitados à região.
As primeiras soluções de VPNs começaram a aparecer no início dos anos 2000, mas eram utilizados praticamente em exclusivo pelas empresas. Mas com a quantidade de vulnerabilidades e quebras de segurança, com maior impacto a partir de inícios de 2010, começou a ser explorado o mercado de versões de consumidores de VPNs.
E segundo números da GlobalWebIndex, citados pela Kaspersky, o número de utilizadores de VPN quadruplicou entre 2016 e 2018, sobretudo nas regiões asiáticas, de países como a Tailândia, Indonésia e China, devido às limitações, restrições e censura. Nestes países, um em cada cinco utilizadores de internet utilizam uma VPN.
Quais as principais situações em que se deve ativar a VPN?
Sempre que necessita de proteger os seus dados é indispensável uma VPN. Quando trabalha a partir de casa, por exemplo, utilizar o serviço garante a proteção de emails da empresa, informações de pagamento. Os dados sensíveis que normalmente podem ser rastreados e suscetíveis a possíveis vulnerabilidades, ganham maior proteção com uma VPN. E se utiliza com frequência uma rede pública, esta pode ser perigosa por não ser segura.
Ainda em situação de teletrabalho, onde é necessário estar em permanente ligação com a empresa, através de uma ligação privada por VPN os utilizadores podem aceder aos recursos do trabalho, com maior flexibilidade e liberdade. É assim garantido às empresas que os seus dados se mantêm protegidos, mesmo que o trabalhador precise de se ligar a uma rede Wi-Fi pública.
Talvez já tenha reparado que a programação da Netflix ou da Disney é diferente em Portugal, que por exemplo, nos Estados Unidos. Através da VPN vai poder enganar as plataformas quanto à sua localização e utilizando a sua própria conta, que já paga, vai conseguir entrar nos catálogos bloqueados ao nosso país e consumir conteúdo, sem a necessidade de registar e pagar uma nova conta nesse mesmo país. Através da VPN, basicamente pode escolher qual o país onde “se encontra”.
Mesmo que não lhe interesse outro conteúdo de fora, muitas vezes pode deparar-se com bloqueios aos seus serviços quando vai para o estrangeiro. Estes estão limitados ao país de origem, deixando de serem acedidos quando viaja. Através da VPN pode mudar a sua localização, mantendo a informação de que se encontra no país de origem, mesmo que esteja a dar a “volta ao mundo”.
Certos países bloqueiam o acesso a serviços e redes sociais, por exemplo, na China ou alguns do Médio Oriente, por ordens governamentais, sejam situações de censura ou vigilância. Através de uma VPN, os utilizadores mascaram a sua localização e dessa forma contornam o bloqueio de acesso aos locais que deseja visitar.
Por fim, para utilizadores que simplesmente não querem ser rastreados pelos serviços que utiliza ou mesmo os fornecedores de acesso à internet (ISP) que catalogam o histórico de navegação através do seu endereço de IP. A VPN vai também garantir que deixe de ser seguido online, apagando as pegadas por onde passa.
Os serviços de VPN atuam como proxies na internet. Devido ao facto de os dados terem origem num servidor em outro país, a localização exata do utilizador nunca pode ser determinada. As VPNs funcionam dessa forma como máscaras ao utilizador, sem que ninguém consiga rastrear. E mesmo que os dados sejam intercetados, por estarem encriptados estão protegidos.
O que são os protocolos de VPN?
Quando uma ligação é feita através de um servidor remoto de um fornecedor de VPN, o servidor faz a autenticação do utilizador e cria o tal túnel encriptado para os seus dados passarem. Esses dados são transformados em código, tornando-se ilegíveis para que não tem a chave de encriptação, ou melhor, quem não tem permissão para os aceder. Quando a informação chega ao servidor, este utiliza a sua chave privada para desencriptar a informação, tornando-o novamente limpo para leitura. Esses dados são depois enviados pelo servidor, juntamente com um novo endereço de IP, para o website que está a tentar conectar. Toda a encriptação é feita em tempo real.
É exatamente a forma como este processo de encriptação decorre, se é totalmente seguro ou que tipo de instruções recebeu, depende do protocolo de VPN que escolheu no serviço adquirido. Os especialistas dizem que um serviço de VPN apenas dá garantia e segurança ao utilizador quando é reforçado por um forte protocolo. Esse protocolo acaba por ser o motor que mantém a VPN a funcionar.
Existem diferentes protocolos entre os fornecedores de VPN, cada um a utilizar os seus métodos de roteamento dos dados. Um dos protocolos mais utilizados pela indústria é o OpenVPN. Este protocolo é considerado seguro, estável e flexível. Utiliza tecnologia de encriptação de 256 bits e é assente em contribuições open source. Isso significa que todos podem ver o seu código-fonte e caso seja necessário, melhorá-lo contra possíveis vulnerabilidades. E por ser transparente, isso significa que que os dados nunca são vendidos ou passados a terceiros interessados.
O que deve um bom serviço de VPN garantir?
Independentemente do fornecedor que escolha, considerando que tem dezenas de soluções no mercado com diferentes planos e preços de assinatura, como da Kaspersky, Avast, NordVPN, Fortinet e Microsoft, apenas para dar alguns exemplos, existe uma lista de funcionalidades e tarefas que uma VPN deve garantir.
- A encriptação do endereço de IP deve ser a funcionalidade primária de uma VPN, escondendo-o tanto do fornecedor de acesso à internet como terceiros. A informação é sempre partilhada entre o utilizador e o fornecedor de VPN.
- A encriptação de protocolos deve ser também garantida, para que não se deixe pegadas, tanto o histórico de internet, cookies e outros elementos e dados que podem ser detetados por terceiros.
- O chamado Kill Switch, um interruptor que garanta que quando uma ligação segura a uma VPN é interrompida subitamente e dessa forma o utilizador volte à sua ligação normal, os seus dados não fiquem comprometidos, fechando automaticamente os programas em questão e outros elementos que possa estar a usar nesse momento para não ser comprometidos.
- A autenticação de dois fatores é uma forma de evitar tentativas de intrusão externas. Além do código definido, é enviado um outro para confirmação para o smartphone, dificultando eventuais roubos de credenciais.
Mesmo que não tenha nada a esconder, obviamente que ninguém gosta de ser observado ou controlado online. A utilização de uma VPN deve ser feita sobretudo quando utiliza uma Wi-Fi pública, enquanto viaja para não ver os seus conteúdos bloqueados, enquanto navega ou joga online e faz streaming. E como introduz os seus dados bancários online enquanto faz compras, também é essencial para aumentar a segurança o uso de uma VPN.
Tenha em conta que o uso deste serviço é legal na maioria dos países, mas como seria de esperar, em regimes totalitários, como a China, Coreia do Norte ou Rússia estes são proibidos ou restringidos, pelo deve ter sempre em atenção quando os utiliza nos mesmos, incorrendo o risco de pagar uma multa se for apanhado a utilizá-los, como explica a NordVPN.
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