O grupo ativista Avaaz publicou um relatório onde fala sobre a desinformação que circula no Facebook, particularmente em posts sobre saúde. O documento defende que a rede social não tem conseguido manter os utilizadores seguros e devidamente informados durante a pandemia e sugere que as comunidades anti-vacinas, bem como os grupos que se formam em torno de teorias da conspiração, estão a crescer na plataforma.

Segundo o Avaaz, conteúdos que propagam informações falsas, ou imprecisas, sobre saúde, foram vistos mais de 3,8 mil milhões de vezes ao longo de 2019, mas as interações cresceram exponencialmente durante a pandemia. A investigação tratou 82 websites conhecidos por disseminar informações enganadoras sobre temas ligados à saúde e concluiu que estes tiveram cerca de 460 milhões de visualizações só em abril deste ano.

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Visualizações estimadas registadas por conteúdos sobre saúde, provenientes de fontes oficiais vs. sites disseminadores de informação enganosa, em 2020, no Facebook.

O grupo indica que estas 82 páginas são apenas uma amostra e acredita que embora o alcance delas seja amplificado por páginas, perfis e grupos do Facebook, o problema é destacado sob uma estimativa conservadora. Em resposta ao relatório, o Facebook afirmou que as conclusões apresentadas "não refletem os passos dados" para mitigar o problema.

O Avaaz acredita que a gravidade do problema fica percetível quando comparamos as visualizações que os conteúdos destes sites tiveram, ao longo do último ano, com a mesma métrica registada pelos conteúdos elaborados por 10 das maiores organizações de saúde do mundo inteiro. Neste último grupo estão a Organização Mundial de Saúde e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, por exemplo.

Note que, em março, o conteúdo não oficial foi visualizado mais de 124 milhões de vezes, ao passo que o oficial apenas registou 55 milhões de visualizações. Durante a pior fase pandémica, em abril, as fontes fidedignas alcançaram a marca das 71 milhões de visualizações e os sites não oficiais, 296 milhões.

O relatório pode ser lido na íntegra no site da Avaaz.