Um conjunto de escolas públicas de Seattle, nos Estados Unidos, levou redes sociais como TikTok, Instagram e Facebook a tribunal, acusando-as de prejudicarem a saúde mental dos jovens. No processo em tribunal são também visados o YouTube e Snapchat.

As donas das redes sociais e plataformas digitais são acusadas de as conceberem e operarem de modo a obrigarem os utilizadores a passarem mais tempo nelas. No processo, as escolas defendem que as empresas conseguiram “explorar as mentes da juventude”, fazendo com que dezenas de milhões de estudantes por todos os Estados Unidos fiquem “colados” às redes sociais e plataformas, onde se deparam com conteúdos prejudiciais para a sua saúde mental.

É também defendido que as práticas das empresas estão a contribuir para o aumento de problemas de saúde mental entre os jovens, o que pode levar a uma queda no seu desempenho escolar e fazer com que tenham maior propensão para, por exemplo, faltar às aulas e consumir drogas.

Embora reconheça que, através da Secção 230 da Communications Decency Act de 1996, as plataformas não são responsabilizadas por aquilo que os seus utilizadores publicam, o processo defende que a lei não protege as redes sociais quando se trata de questões como recomendação, distribuição e promoção de conteúdo que possa ser prejudicial.

Em declarações ao website Axios, porta-vozes da Google, Meta e da Snap defendem que as suas empresas estão ativamente a tomar medidas para proteger os utilizadores mais jovens. 

Bastam menos de 3 minutos para o TikTok recomendar vídeos de automutilação a jovens
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Recorde-se que, ainda no ano passado, um estudo realizado pelo Center for Countering Digital Hate (CCDH) no Reino Unido demonstrou que o TikTok estava a promover conteúdos sobre automutilação e distúrbios alimentares junto dos utilizadores mais novos.

Ao todo, os investigadores verificaram que bastavam apenas 2,6 minutos para que fossem recomendados conteúdos sobre automutilação. Já no caso dos vídeos em torno de distúrbios alimentares, a rede social recomendou-os após 8 minutos de navegação no feed.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização: 09h55)