Cristina Criddle é uma jornalista britânica, correspondente tecnológica do Financial Times, que viu recentemente a sua conta do TikTok (onde mostrava o seu gato) ser alvo de monitorização por funcionários da empresa sem o consentimento da utilizadora. A jornalista terá sido contactada pelo próprio TikTok, alertando-a que dois funcionários na China e dois nos Estados Unidos tinham acedido a dados da sua conta pessoal sem o seu conhecimento ou consentimento, avança a BBC.

Segundo o seu testemunho à publicação, o TikTok confirmou que membros do seu departamento de auditoria interna tiveram acesso à localização do endereço de IP da jornalista, de forma a cruzar com os dados de IP de funcionários não identificados da própria empresa. O objetivo era estabelecer uma ligação e descobrir quais os funcionários que estavam a manter encontros secretos com a imprensa. O TikTok afirma que os funcionários abusaram da sua autoridade, tendo atuado de forma não autorizada.

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A jornalista diz que não sabe por quanto tempo foi monitorizada ou com que frequência, sabendo que terá acontecido durante o último verão. “Se a minha localização foi monitorizada 24/7, isso não se limita apenas às minhas ações de trabalho, que não seria correto mesmo assim, mas esta é a minha vida pessoal também”, referiu ao jornal. As saídas com os amigos, as férias poderão ter sido monitorizadas pelos funcionários, quando a jornalista apenas estava a fazer o seu trabalho, acrescenta.

A conta do TikTok em questão da jornalista estava no seu smartphone pessoal, no nome do seu gato Buffy. E o seu nome ou ocupação não é mencionado na biografia da conta. Afirma ter cerca de 170 seguidores e nos três anos de conta submeteu cerca de 20 vídeos do seu gato.

O TikTok refere que os funcionários responsáveis por violar os dados de Cristina Criddle e de outros jornalistas ocidentais, durante o ano passado, terão sido despedidos por má conduta. A Bytedance, casa-mãe da rede social, também se manifestou, lamentando aquela que terá sido uma violação significativa do seu código de conduta, assegurando o compromisso que tal nunca mais acontecerá.

A jornalista britânica manteve conversas com funcionários do TikTok que não estavam satisfeitos com as práticas da empresa. Mas a monitorização terá falhado na identificação das suas fontes, confirmou a rede social. Especialistas em cibersegurança afirmam que este nível de monitorização não pode ser referido como acidental, tendo sido necessário “escavar mais fundo” para descobrir que a conta do gato era a da jornalista. Este testemunho surge numa altura em que o TikTok continua a ser escrutinado pelos Estados Unidos, podendo ser banido do país por violação de privacidade.

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