Uma nova análise da Check Point Research revela que, nos últimos sete dias, foi registado o maior número de ciberataques na Ucrânia e na Rússia, não só desde o início do conflito, mas desde o início do ano: uma tendência que se alastrou a outros países e regiões.
Como já tinham revelado anteriormente os especialistas, nos primeiros três dias de conflito, os ataques contra a administração pública e o setor militar ucranianos registaram um aumento de 196%. A partir daí foi possível registar um decréscimo, com as ciberofensivas a caírem 50% nos últimos dias. Os investigadores suspeitam que os hackers estão a focar-se em outros governos centrados na guerra.
“O que nos parece é que no início os hackers estavam focados no conflito, e após duas semanas, perceberam o que podem e não podem fazer. Noutras palavras, os atacantes remeteram-se ao business-as-usual”, afirma Omer Dembinksy, Data Group Manager, at Check Point Software.
“Vemos também um esforço concentrado no ataque a alvos governamentais/militares, possivelmente parte do impacto diplomático em torno da guerra, e também o aproveitamento dos temas de maior interesse, o que permite avançar com ataques de phishing”, detalha o responsável.
Os dados dão a conhecer que, na Ucrânia, a média semanal de ciberataques por organização na semana passada esteve nos 1.466. O valor representa uma subida de 20% em relação ao período que antecederam a guerra e uma de 13% face às primeiras duas semanas do conflito. A tendência ocorreu mesmo com a redução significativa do número de redes ativas no país devido à situação de emergência.
Já na Rússia, média semanal de ciberataques rondou os 1.274, num aumento de 1% desde o período que antecedeu o início do conflito e um de 4% em comparação com as primeiras duas semanas da guerra.
No que toca à média semanal de ciberataques a nível global, esta situou-se nos 1.266 na semana passada, 14% mais que no período que antecedeu o início do conflito e 15% mais que as primeiras duas semanas do mesmo.
Olhando para a administração pública e para o setor militar, setores onde os especialistas identificaram um aumento significativo de ataques na Ucrânia nos primeiros dias de conflito, a semana passada apresentou números mais baixos, em comparação com as primeiras duas (59% menos).
Por outro lado, a nível global, foi possível verificar um aumento significativo do número de ciberataques que tinham como alvo o setor governamental e militar. Aqui constata-se uma subida média de 21% em comparação com o período anterior ao início do conflito, e de 19% em relação às primeiras duas semanas do mesmo.
Nota de redação: A notícia foi atualizada e o seu título foi alterado. (Última atualização: 16h00)
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