O ChatGPT tem uma nova funcionalidade beta de colaboração chamada canvas, em português ecrã ou tela, anunciou a OpenAI, num post na rede social X, onde afirma que a função é “um novo interface para trabalhar com o ChatGPT em projetos de escrita e programação que vão para lá do simples chat”.

“Pela primeira vez, estamos a mudar profundamente como os humanos podem colaborar com o ChatGPT, desde o seu lançamento há dois anos”, escreve Karina Nguyen, líder de pesquisa do canvas, num post na X.

A notícia é avançada numa altura em que a OpenAI fechou uma nova ronda de investimento. A dona do ChatGPT já vale 157 mil milhões de dólares (141 mil milhões de euros), após uma ronda de investimento de 6,6 mil milhões de dólares com o qual pretende “acelerar o progresso” dos seus objetivos.

O canvas poderá ser um desses progressos. “Parece funcionar de forma muito semelhante à janela Artifacts do Claude (disponível gratuitamente)”, ao fornecer aos utilizadores uma visão em tempo real da saída do chatbot numa janela separada fora do fluxo de chat, lê-se numa notícia da DigitalTrends.

A OpenAI explica que para trabalhar com esta nova funcionalidade, ainda em versão beta inicial, o canvas abre-se numa janela separada, permitindo ao utilizador e ao ChatGPT colaborar no projeto. O objetivo é criar e aperfeiçoar ideias em conjunto.

O vídeo mostra a funcionalidade em ação

O ChatGPT é fácil de usar e trabalhar para executar diversas tarefas, mas é limitado quando os projetos envolvem edição e revisão. O canvas compreende melhor o contexto do que se aspira fazer. É possível destacar seções específicas para indicar exatamente onde o ChatGPT se deve concentrar. Tal como um editor de texto ou um revisor de código, a inteligência artificial dá feedback e sugestões tendo sempre em mente o projeto em concreto.

No canvas, o utilizador controla o projeto, podendo editar diretamente o texto ou o código. No menu estão atalhos para pedir ao ChatGPT para ajustar o comprimento da escrita, para depurar o código, entre outras ações. É possível restaurar versões anteriores com o botão “voltar”.

Além disso, o canvas abre-se automaticamente quando o ChatGPT deteta um cenário em que pode ser útil, mas também pode utilizar o prompt “usar o canvas” para abrir e usar a ferramenta num projeto existente.

Pode pedir ao ChatGPT sugestões de edições, ajustes no comprimento do documento, alteração no nível de leitura (por exemplo, para crianças ou para o ensino superior), verificação da gramática, clareza e consistência e até mesmo que adicione emojis.

Já relativamente à programação. Quando o utilizador escreve código no ChatGPT, o processo torna-se interativo, podendo ser difícil acompanhar todas as revisões feitas. Segundo a OpenAI, “o canvas facilita o acompanhamento e a compreensão das alterações do ChatGPT”, sendo que a empresa planeia continuar a melhorar a transparência deste tipo de edições.

Ao trabalhar com o canvas, é possível rever o código, adicionar logs, adicionar comentários, resolver bugs e, inclusivamente traduzir para outra linguagem (JavaScript, TypeScript, Python, Java, C++ ou PHP).

A OpenAI treinou o GPT-4o para colaborar enquanto parceiro criativo. “O modelo sabe quando abrir um canvas, fazer edições específicas ou reescrever na totalidade”. Além disso, também compreende o contexto para contribuir com feedback e sugestões precisas.

Para perceber mais sobre o processo de desenvolvimento e treino desta nova funcionalidade, pode consultar o site da OpenAI.

Veja na galeria imagens comparativas dos resultados atingidos no GPT-4o e no canvas:

O canvas foi criado com o GPT-4o e, na fase beta, pode ser selecionado manualmente no seletor de modelos. A funcionalidade foi lançada para os utilizadores do ChatGPT Plus e Team em todo o mundo. “Os utilizadores Enterprise e Edu terão acesso na próxima semana. Também planeamos disponibilizar o canvas a todos os utilizadores do ChatGPT Free quando sair da versão beta”, detalha a empresa.