Embora o YouTube tenha vindo a implementar uma série de medidas para limitar o número de vídeos problemáticos que são recomendados, um novo estudo revela que o algoritmo continua a recomendar aos utilizadores conteúdo que viola as políticas da própria plataforma. 

O estudo realizado pela Mozilla Foundation tem por base dados recolhidos ao longo de 10 meses por meio da extensão open-source RegretsReporter. Através dela, 37.000 utilizadores do YouTube doaram voluntariamente os seus dados aos investigadores, detalhando a sua experiência na plataforma de vídeos da Google.  

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A investigação dá a conhecer que, ao longo do período em análise, os voluntários se depararam com múltiplos vídeos que se arrependeram de terem visto: de desinformação política ou acerca da pandemia de COVID-19 a paródias sexualizadas de desenhos animados para crianças. 

Do total de vídeos com conteúdos que vão contra as regras do YouTube, 71% foram recomendados pelo algoritmo da plataforma. Deste conjunto, quase 200 vídeos recomendados aos voluntários, que já contavam com 160 milhões de visualizações, acabaram por ser removidos pelo YouTube. 

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Os investigadores detalham que vários dos conteúdos que violam as regras do YouTube e que são recomendados pelo algortimo não têm qualquer tipo de relação com os vídeos que estavam a ser anteriormente visualizados pelos voluntários. 

“O YouTube tem de admitir que o seu algoritmo foi concebido de uma forma que prejudica e desinforma as pessoas”, defende Brandi Geurkink, investigadora da Mozilla que liderou o estudo. A responsável sublinha que a investigação permitiu comprovar que a plataforma recomenda ativamente vídeos que vão contra as suas próprias políticas. 

A tendência também se manifesta fora dos países anglófonos. Aliás, a percentagem de vídeos problemáticos reportados pelos voluntários através da extensão é 60% maior em países que não têm o inglês como língua primária, em particular no Brasil, França e Alemanha. 

Em declarações ao The Wall Street Journal, um porta-voz do YouTube indicou que a empresa reduziu as recomendações de vídeos que considera prejudiciais para menos de 1%, tendo implementado mais de 30 medidas ao longo do último ano para solucionar o problema. 

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Segundo o porta-voz, o sistema automático implementado pela equipa de segurança do YouTube permite detetar 94% dos vídeos que violam as regras, sendo que a maioria é removida da plataforma ainda antes de chegar à marca das 10 visualizações.

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