Com 2021 a chegar ao fim, é tempo de fazer um balanço sobre as tendências tecnológicas e destacar os principais assuntos que fizeram notícia nos 12 meses do ano, onde a pandemia de COVID-19 continuou como “pano de fundo”. Apesar das limitações, o mundo da tecnologia não pára, seja com a introdução de novos produtos, as novas conquistas do espaço, as tendências dos NFTs e claro, o leilão do 5G em Portugal e o SAPO TEK acompanhou dia a dia os principais temas, que traz agora numa seleção cuidada.
O primeiro trimestre destaca-se inicialmente pelo rescaldo dos confrontos e assalto no Capitólio nos Estados Unidos, culminando com a expulsão de Donald Trump das redes sociais Twitter, Facebook e YouTube. Nas aventuras espaciais, Marte ganhou novos visitantes, os rovers americano e chinês, assim como a sonda dos Emiratos Árabes Unidos. Assistimos também nestes meses ao início da febre dos NFTs, quando a namorada de Elon Musk decidiu colocar à venda algumas das suas obras de arte, por alguns milhões de dólares.
Ao longo dos três meses há muitas histórias e acontecimentos tecnológicos para explorar e reunimos neste artigo os principais destaques do primeiro trimestre do ano, nos meses de janeiro a março.
Janeiro – Donald Trump é expulso das redes sociais
O ano começou com uma nova vaga pandémica, talvez a mais forte, levando as pessoas a manterem-se firmes em casa e a discutirem-se se as escolas estavam preparadas para o regresso às aulas, até porque o online deixou de ser uma opção ao encerramento das escolas. E até a robot Sophia foi “chamada” para ajudar no combate à COVID-19.
Também foi neste início do ano que a Microsoft começou por levantar a ponta do véu do futuro do seu sistema operativo, que viria a ser o Windows 11. No início de janeiro foi retomado o leilão do 5G, depois de uma pausa durante as festividades do Natal, aquele que se iria arrastar ao longo de praticamente todo o ano.
Na lista dos homens mais ricos do mundo, Jeff Bezos começou 2021 na liderança, mas não faltou muito para Elon Musk o ter ultrapassado e consolidado o lugar cimeiro durante todo o ano. Para os lados de Cupertino, os rumores em torno da Apple estar a construir um automóvel autónomo fortificaram-se, sobretudo depois da Hyundai se ter descaído e eventualmente ter fechado uma parceria. Infelizmente, até ao fecho do ano, a empresa continua em silêncio sobre o tema.
E outro tema quente ao longo de todo o ano é a cavalgada do valor da Bitcoin, que começou a bater recordes logo em janeiro, catapultando também a explosão de outras criptomoedas, sobretudo empurrada pela Tesla no mês seguinte. Foi até criado o primeiro banco do mundo de criptomoedas a nível federal nos Estados Unidos.
O “assalto” ao Capitólio dos Estados Unidos foi outro dos assuntos quentes do início do ano, levando as redes socias a tomarem ações contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluindo o YouTube e o Snapchat. E a Xiaomi “apanhou um susto” ao ser adicionado na lista negra de empresas proibidas de comprar tecnologia americana. Mas acabou por apelar e ganhar, colocando outras empresas chinesas atentas à sua vitória.
Janeiro significa também a feira de tecnologia CES, onde são destacadas as principais tendências tecnológicas para o ano. Este ano, devido à pandemia, o evento decorreu online. Já a LG revelou o prejuízo da sua divisão de smartphones, antevendo-se o “mandar da toalha ao chão”, que aconteceria pouco tempo depois.
Logo ao despertar do ano a Comissão Europeia alertou para “greenwashing” nos sites de e-commerce, ou seja, numa análise realizada, em 42% dos casos, as ideias que estavam a tentar passar ao consumidor eram ou exagerados, falsas ou enganadoras. Um aproveitar de as tendências das pessoas procurarem mudar os seus hábitos, tornando-os mais sustentáveis. A sustentabilidade e o uso de materiais reciclados nos equipamentos eletrónicos também foram uma das tendências de 2021.
Fevereiro – Novos robots na “corrida” à exploração de Marte
Além da Tesla e SpaceX, Elon Musk também pretende explorar os implantes cerebrais e neste mês foram mostrados alguns dos avanços da sua Neuralink, ou seja, macacos a jogar videojogos com a mente. Por outro lado, a SpaceX via novo teste da Starship, a nave que pretende ir a Marte, a explodir durante a fase de aterragem.
Colaboradores da Neuralink falam dos avanços do chip neural
O mês correspondeu a um dos piores períodos da pandemia de COVID-19, levando o Governo a aprovar novas medidas para o ensino à distância e a fazer um investimento de 4,5 milhões em 15 mil computadores para o Ensino Digital. O isolamento que obrigou ao teletrabalho também proporcionou um aumento de produtividade das empresas.
Nas questões espaciais, o mês fica marcado pela chegada dos novos robots a Marte: Amal, Tianwen-1 e Perseverance. A Amal é a única sonda que não teve como objetivo percorrer o solo marciano, ficando-se na sua órbita, mas igualmente a captar imagens. Ao longo do ano, os robots têm oferecido imagens e informações inéditas sobre o planeta. E até as marcas de automóveis já pensam como vão ser os carros que vão explorar a Lua, como este com pernas da Hyundai. Mas o grande protagonista do ano foi, sem dúvida, o helicóptero Ingenuity, que ao longo dos meses foi fazendo voos, provando que era possível voar na atmosfera de Marte. E a sua missão continua, sobrevivendo a cada nova experiência feita pela NASA. A agência espacial revelou ainda um vídeo sobre os chamados “7 minutos de terror” na descida do seu rover em Marte.
Veja na galeria as primeiras imagens captadas pelo Perseverance:
Depois de tomar posse do executivo dos Estados Unidos, a Huawei apelou a Joe Biden por um entendimento nas relações com a empresa. Mas até agora o impasse manteve-se, levando a gigante chinesa a querer expandir-se para outras áreas, como a indústria automóvel. Também o futuro do TikTok permanece incerto com o novo presidente.
Ao longo do ano, os hackers fizeram “estragos” em diversas empresas, mas neste mês de fevereiro, foi roubado o código-fonte dos jogos da CD Projekt de Cyberpunk 2077, vendido no mercado negro por 7 milhões de dólares. E ao longo dos meses, as gigantes tecnológicas foram sendo multadas pela Europa, como o caso da França, que aplicou 1,1 milhões de coima à Google por abuso da concorrência na classificação de hotéis. O Facebook recebeu uma multa de 7 milhões de euros por falha de proteção de dados.
No mundo do gaming, a Electronic Arts reforçou a sua posição no mercado ao adquirir a Codemasters, especialista em jogos de condução. E a Sony anunciava um novo headset de realidade virtual para a PlayStation 5, com data por confirmar, mas os seus comandos já são conhecidos. E o Sims comemorou 21 anos desde que foi lançado em 2000.
Um dos grandes temas do ano é a crise dos chips, levando a medidas adicionais por parte das fabricantes, mas também governos. Os Estados Unidos revelaram o plano de investimento de 37 mil milhões de dólares para a construção e expansão de fábricas.
Março – O primeiro sinal da febre dos NFT
O mês de março continuou a telenovela do leilão do 5G, muto longe de se adivinhar o seu desfecho. E isso levou Portugal a ser apontado pela imprensa internacional como um mau exemplo a seguir.
Já nas notícias espaciais, o turismo espacial começa a ganhar força. Um milionário japonês oferece oito lugares para viagem à volta da Lua prevista para 2023. Já Elon Musk começa a pensar no futuro e pretende construir uma cidade à volta da base espacial da SpaceX. E claro, mais uma explosão no teste da Starship, com direito a explicações por Elon Musk. Mas como não há três, sem quatro, o teste seguinte também explodiu. Enquanto isso, a Rússia e a China fecham acordo para a construção de uma base na Lua.
Ainda sobre Elon Musk, ou melhor, a sua ex-namorada, vendeu uma coleção de obras de arte em NFT por 5,8 milhões de dólares. A partir daqui deu-se uma explosão do conceito de NFT, com vários artistas, atletas e empresas a criarem conteúdos para serem vendidos no espaço virtual. O SAPO TEK esclarece o fenómeno num guia prático.
A febre dos NFTs começou a ter mais destaque quando a namorada de Elon Musk colocou à venda as suas obras por milhões. Veja as imagens:
Um dos grandes negócios do ano foi a compra da Zenimax pela Microsoft. O ecossistema Xbox ganhou diversos novos estúdios e séries de videojogos de renome na indústria, como The Elder Scrolls e Fallout. Ainda no gaming, It Takes Two chegou às lojas neste mês e tornou-se num dos melhores jogos do ano, o vencedor do The Game Awards. E outro indie, Hades, arrecadou o Bafta para melhor jogo.
No campo tecnológico, a Oppo lançou o smartphone Find X3 e revelou que tinha ultrapassado a Huawei na China na liderança de venda de telemóveis na China. A Huawei responde com a possibilidade de cobrar royalties às empresas que utilizem a sua tecnologia 5G. Enquanto isso, a Xiaomi assumiu a sua entrada na indústria dos automóveis elétricos e lançou família de smartphones Mi 11 e também o seu primeiro modelo dobrável, o Mix Fold.
O ano ficou marcado por diversos temas ligados à tecnologia em geral, à ciência, ao espaço, ao hardware e software que animaram as notícias ao longo dos últimos 12 meses. O longo leilão do 5G em Portugal, a crise dos semicondutores, o lançamento do novo Windows 11, a explosão dos NFT e as viagens turísticas tripuladas ao espaço foram apenas alguns dos temas do ano.
Neste especial, o SAPO TEK fez um resumo do ano por cada mês, ao longo de quatro artigos que representam os trimestres do ano. Veja também os resumos dedicados ao segundo, terceiro e quarto trimestres de 2021.
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