Os dados divulgados esta terça-feira pelo Brennan Center for Justice da Universidade de Nova Iorque revelam uma diminuição drástica no peso do voto eletrónico sem cédulas de papel nas próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos. Em novembro de 2020 os eleitores vão ser chamados a eleger o sucessor de Donald Trump.
Enquanto que em 2016, a instituição estima que 27,5 milhões de cidadãos recorreram ao voto eletrónico, a previsão para 2020 do Brennan Center for Justice é de 16 milhões, no máximo.
Este tipo de votação é a mais vulnerável, uma vez que, neste caso, as urnas eletrónicas não produzem um registo em papel verificável pelos eleitores e autoridades, a partir de uma cédula em papel. Embora o número de Estados que recorrem a este equipamento sem papel tenha caído quase pela metade desde 2017, o relatório garante que "um número significativo de eleitores" ainda vai votar em máquinas incapazes de deixar um rastreamento em papel.
Por isso, os especialistas recomendam que sejam disponibilizados mais financiamento para que haja uma renovação mais eficaz das urnas eletrónicas. De acordo com o relatório, a falta de fundos é uma das razões para que 16 milhões de pessoas possam continuar a votar através de urnas eletrónicos, sem cédula de papel.
Num total de 50 Estados norte-americanos, 14 utilizaram máquinas de votação sem recurso a papel durante as eleições de 2016. Entretanto, os Estados de Virginia, Arkansas e Delaware já atualizaram o sistema, estando outros três nesse processo de transição. Daí a previsão de oito Estados recorrerem ao voto eletrónico em 2020, ou até menos até lá.
Este relatório surge um mês antes de um documento do Senado ter sido divulgado. A investigação indica que vários hackers russos tentaram investigar sistemas eleitorais em todos os 50 Estados durante a corrida de 2016, invadindo computadores em pelo menos dois condados da Flórida durante a campanha. Ainda assim, nenhum dado foi alterado.
Nesse mesmo relatório, as autoridades admitiram que as “cédulas de papel e scanners óticos são os menos vulneráveis a ataques cibernéticos”. “No mínimo, qualquer máquina comprada daqui para frente deve apresentar um “rasto” de verificação em papel pelo eleitor, e deve ser removida qualquer capacidade de rede sem fio.
Em Portugal o voto eletrónico ainda não está implementado, mas nas últimas eleições europeias que decorreram em maio, Évora acolheu um teste deste sistema. O relatório de avaliação deu “nota positiva” ao mecanismo, referindo que dá maior proteção ao eleitor, pois a mesa de voto apenas sabe quais os eleitores que estão presentes para votar, desconhecendo a situação relativos a outros eleitores do distrito.
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