O tema da falta de computadores nas escolas e da proibição do uso de telemóveis foi levantado na conferência de imprensa ligada às medidas para a Digitalização, aprovadas hoje em Conselho de Ministros. Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, lembrou que o Governo mudou a estratégia nestas duas áreas.

Em relação aos computadores nas escolas, o ministro admitiu que faltam 45 mil computadores mas sublinha que esse número foi relevado por uma análise do ministério partilhada em outubro, e que foi decidido transferir as verbas para a aquisição por parte das escolas, o que vem trazer "mais flexibilização responderem a essas necessidades", como defende Fernando Alexandre.

O ministro afirma que interrompeu o concurso nacional nesta área porque já tinham sido feitas duas tentativas falhadas, destacando que "não há nenhuma empresa que esteja disponível para fazer a manutenção dos computadores em 5.400 escolas". "Essa foi a tentativa que foi feita das vezes", afirma.

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Questionados em relação à decisão da Austrália de proibir o uso de smartphones por jovens com menos de 16 anos, que está a ser acompanhada por medidas propostas em outros países, entre os quais Espanha, Fernando Alexandre e Margarida Balseiro Lopes afirmam que o tema está ainda em avaliação, e deve ser olhado de uma forma transversal porque tem implicações em várias áreas, das infraestruturas à modernização, não sendo um tema exclusivo da Educação. 

O ministro da Educação, Ciência e Inovação já tinha referido que este Governo já mudou de estratégia em relação ao que tinha sido definido pelo Governo anterior, recomendando a proibição em vez de deixar o tema ao critério das escolas. 

Para já está ainda em aberto a forma como será feita a abordagem nesta área. "Estamos a fazer ponto de situação, vamos avaliar e se chegarmos à conclusão que as escolas que proibiram têm melhores resultados, que há benefícios juntando evidências de que tem sido cada vez maior dos efeitos negativos para os mais jovens não teremos problema em fazer a proibição para os alunos do 1º ciclo ou até 2º ciclo, mas de acordo com o que é a avaliação de política pública", justifica.

Fernando Alexandre diz ainda que "a proibição que está a ser feita em alguns países, até aos 12 anos, não nos parece adequada [...] os jovens têm de aprender a lidar com estas tecnologias porque é essencial para beneficiarem até da Inteligência Artificial".