Os primeiros passos do caminho de investigação nos Reality Labs deram-se com os primeiros óculos de realidade virtual, há 10 anos. Atualmente, a empresa disponibiliza o Meta Quest 3 e uma coleção de óculos inteligentes Ray-Ban Meta. Celebra-se uma década de investigação futurista, desenvolvimento contínuo de produtos e uma série de protótipos. Nem todos foram sucessos, mas a realidade virtual associada à inteligência artificial está a tornar-se numa "realidade" para a empresa.
Nas palavras de Mark Zuckerberg, fundador da Meta, em março de 2014, “a realidade virtual já foi o sonho da ficção científica. Mas a internet também já foi um sonho, assim como os computadores e os smartphones. O futuro está a chegar e temos a oportunidade de o construir juntos". Foi nesta altura que Zuckerberg anunciou a aquisição da Oculus e começou a promover a sua visão do metaverso,
Início com um sonho e muitos memes na internet
Tudo começou com um kit de desenvolvimento, um sonho e uma boa quantidade de fita adesiva conta o Facebook. “Mais de 9.000 entusiastas prometeram um total de 2,4 milhões de dólares (cerca de 2,25 milhões de euros) para tornar o sonho realidade”. A equipa da Oculus transportou pessoas das suas salas de estar para o topo de um arranha-céu onde puderam olhar um Tiranossauros Rex nos olhos. Mas, o caminho não foi isento de pedras e houve problemas o que levou o Facebook a recompensar quem descobriu falhas em Oculus Rift ainda em 2014.
O Oculus Rift foi um dos pioneiros da era moderna do VR, em março de 2016, seguido dos comandos Touch de primeira geração em dezembro do mesmo ano. O Touch abriu um novo mundo de possibilidades, como escalar um penhasco com as próprias mãos no videojogo The Climb e gesticular para lançar feitiços em The Mage's Tale.
Foi por esta altura que Zuckerberg se tornou um meme na Internet, depois da sua entrada inovadora numa iniciativa da Samsung em Barcelona. O dono da Meta surpreendeu ao aparecer de repente em palco, mas o verdadeiro “choque” foi perceber que o fundador do Facebook passara tranquilamente pela assistência, enquanto esta estava literalmente noutra dimensão.
Lançado em 2018, o Oculus Go foi o primeiro produto de VR autónomo, com um preço base de 199 dólares (cerca de 187 euros ao câmbio atual), “oferecia uma nitidez visual drasticamente melhorada”, explica a Meta. O Oculus Go proporcionou às pessoas um lugar na primeira fila para concertos, filmes e eventos desportivos, ao mesmo tempo que permitiu conviver com amigos de formas que não seriam possíveis com os smartphones atuais.
O Oculus Rift S foi lançado em maio de 2019, incorporando a tecnologia de rastreio de dentro para fora que eliminou a necessidade de sensores externos. Este headset destacavam-se por ser sem fios e autónomos.
Uma missão épica, segundo a Meta
Após o anúncio em 2018, o headset de VR Quest chegou ao mercado em 2019, um novo modelo autónomo que permitia explorar mundos virtuais livremente, sem necessidade de fios ligados a um computador. Com a segunda versão, divulgada “acidentalmente”, a Meta chegou a mais pessoas que puderam explorar e interagir com o mundo virtual utilizando as suas próprias mãos, graças aos avanços da IA no rastreio das mãos.
Entretanto, a Meta viu-se a braços com a justiça, quando a estratégia do Facebook no novo headset de realidade virtual foi investigada na Alemanha. Em causa estava a obrigatoriedade de registo com uma conta Facebook para utilizar o equipamento.
A seguir foi a vez de desenvolvimentos tecnológicos como o Passthrough e o Air Link em 2021, que permitem às pessoas transmitir os seus jogos de VR para PC através da rede Wi-Fi para o Quest.
Foi também em 2021 que a dona do Facebook mudou de nome para Meta. E a Internet não perdoa e encheu-se de memes sobre a mudança. Em causa estava o significado da palavra, o logotipo e o próprio anúncio da alteração inundaram as redes sociais.
Com o Quest Pro, em outubro de 2022, a Meta apresentou ao mundo a realidade mista, completa com rastreio ocular e expressões faciais naturais. E no ano seguinte, também em outubro, surgiu o Meta Quest 3, o primeiro headset de realidade mista para o mercado de massas, permitindo que pessoas de todo o mundo misturem perfeitamente os mundos virtual e físico.
O sistema permite aprender a tocar piano na mesa da cozinha, dançar num estúdio de Zumba virtual ou assistir aos jogos da NBA do seu sofá. O Meta Quest 3 tem capacidade para “transformar a sua casa num espaço para "infinitas novas experiências", mas foi criticado pela falta de consideração pela reparação e pela ausências de manuais para arranjar o dispositivo ou peças sobressalentes entre outros problemas já detetados na versão anterior.
Um portal para novas formas de ligação
Portal, o dispositivo doméstico inteligente da Meta, forneceu informações, entretenimento e muito mais com um ecrã e uma câmara inteligente alimentada por IA para manter as pessoas no enquadramento durante as videochamadas. Este projeto foi abandonado em 2022, bem como o desenvolvimento de um smartwatch de marca própria. Enquanto disponível, o Portal permitiu a um dramaturgo premiado colaborar com atores e um encenador a milhares de quilómetros de distância. As famílias de militares utilizaram o Portal para se manter ligadas e desfrutar da Hora do Conto durante o destacamento. Segundo a Meta, o Portal foi um dispositivo doméstico inteligente à frente do seu tempo e um dos primeiros a integrar ecrãs para videochamadas.
Óculos com griffe
Em setembro de 2021, o Facebook lançou os novos óculos inteligentes Ray-Ban Stories. Os primeiros óculos inteligentes de primeira geração nasceram de uma parceria entre o Facebook e a EssilorLuxottica e foram inicialmente disponibilizados nos EUA, na Austrália, no Canadá, na Irlanda, em Itália e no Reino Unido. Mais uma vez surgiram imagens do dispositivo antes da revelação. Com áudio ao ar livre, estes equipamentos eram ideais para ouvir música, acompanhar podcasts e atender chamadas em qualquer lugar.
Dois anos depois, surgiu a nova coleção Ray-Ban Meta smart glasses. A empresa integrou a Meta AI nos óculos inteligentes Ray-Ban Meta nos EUA e otimizou-os para uma experiência mãos-livres. Ao dizer "Hey Meta", os utilizadores podem interagir com a Meta AI para estimular a criatividade, obter informações e controlar os seus óculos, utilizando apenas a sua voz.
A empresa acredita que os óculos “vão continuar a melhorar e a ficar mais inteligentes ao longo do tempo. Em breve, serão lançadas novas experiências de IA, incluindo IA multimodal, para os óculos poderem compreender o que vê e fornecerem respostas úteis”. Os utilizadores poderão colocar alguns ingredientes em frente aos óculos e pedir sugestões de receitas à Meta AI.
Investigação sem limites
Está na base da criação da Reality Labs Research a compreensão da importância de fazer grandes apostas em horizontes temporais alargados. Por isso as equipas de investigação dedicam-se a fazer avançar o estado da arte dos sistemas de visualização à háptica e muito mais.
Entretanto, as equipas de investigação e de produtos continuam a explorar novas áreas que se poderão tornar padrão da indústria nos próximos anos, incluindo EMG, Codec Avatars hiper-realistas e IA contextualizada.
A Meta defende que, tal como o smartphone não eliminou o computador portátil ou de secretária, os óculos de Realidade Aumentada não serão o fim dos auscultadores de realidade mista. “Pelo contrário, vemos uma constelação de equipamentos a formar o tecido do futuro. Acreditamos que os óculos inteligentes que temos agora, a caminho de óculos de realidade aumentada completos, vão ter um apelo muito mais alargado”.
Atualmente, a empresa constrói um novo tipo de plataforma de computação que contribuirá para se ligar melhor às pessoas e às coisas que lhe interessam de uma forma muito mais natural e intuitiva do que é possível com os atuais ecrãs 2D.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
20 anos de Halo 2 trazem mapas clássicos e a mítica Demo E3 de volta -
App do dia
Proteja a galáxia dos invasores com o Space shooter: Galaxy attack -
Site do dia
Google Earth reforça ferramenta Timelapse com imagens que remontam à Segunda Guerra Mundial -
How to TEK
Pesquisa no Google Fotos vai ficar mais fácil. É só usar linguagem “normal”
Comentários