O supercomputador está instalado no datacenter da REN em Riba d’Ave no Minho, que é gerido pela REN e pela NOS, e vai dar suporte às atividades do Minho Advanced Computing Centre, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que será também quem vai gerir a infraestrutura, em parceria com a Universidade do Minho.
A infraestrutura foi instalada durante os últimos meses e decorre da renovação da parceria entre a FCT a Universidade do Texas em Austin e resulta no “primeiro supercomputador a operar em Portugal”, segundo a fundação. “Os sistemas já estão instalados na área operada pela NOS e pretende-se que sejam alimentados maioritariamente por fontes de energia renováveis, designadamente energia eólica, fotovoltaica e hidroelétrica”, explica um comunicado da FCT.
Aumentando a performance de computação do país em cerca de 10 vezes, o novo supercomputador português tem uma capacidade de memória de 266TBytes, 1PByte de capacidade de armazenamento e 1 PFlop de capacidade de cálculo. Inclui 800 nós de computação.
O BOB será usada para dar suporte a projetos nacionais e internacionais de investigação, alinhados com as metas europeias para esta área e com a Estratégia Nacional de Computação Avançada.
Durante a inauguração do novo supercomputador serão assinados protocolos entre a FCT, a REN e a NOS, para regular a operação e utilização do supercomputador BOB e entre as mesmas entidades mais a EDP, para utilizar a “computação avançada em áreas de aplicação com interesse e retorno direto para a economia”, explica o comunicado. Nos termos deste acordo as empresas dispõem-se também a estudar modelos mais eficientes de alimentação em energia elétrica do centro minhoto.
BOB não ficar sozinho durante muito tempo. O Deucalion está a caminho
O MACC vai também receber em breve uma segunda máquina, para reforçar a rede europeia de supercomputadores. Um projeto que prevê a instalação de oito supercomputadores em vários países europeus, entre eles Portugal, como o TeKSAPO já tinha adiantado.
Este supercomputador terá capacidade para executar, pelo menos, 10 PFlops, o equivalente a 10 mil biliões, de operações por segundo. A nova máquina, que já tem nome (Deucalion) vai ser instalada até final do próximo ano e virá reforçar a capacidade da máquina que se estreia esta sexta-feira.
Recorde-se que no âmbito das candidaturas apresentadas pelos países para fixar os supercomputadores da rede EuroHPC, Portugal faz parte de outra candidatura (representa 10% do consórcio), liderada por Barcelona - que vai fixar a máquina - e integrada também pela Turquia e pela Croácia. Este supercomputador terá capacidade para executar mais de 175 PFlops (175 mil biliões) de cálculos por segundo e passará a figurar entre os 5 supercomputadores mais potentes a nível mundial.
“Este aumento significativo do poder de computação disponível, irá permitir um acesso mais facilitado a toda a comunidade do sistema científico e tecnológico nacional para trabalhos no domínio do cálculo intensivo, da ciência de dados e da inteligência artificial”, sublinha a nota de imprensa que anuncia o lançamento do supercomputador BOB.
O documento destaca também que a importância que a infraestrutura pode vir a ter para o tecido empresarial. “Este reforço da capacidade computacional nacional representa também uma oportunidade única para o tecido empresarial, permitindo elevar significativamente a sua capacidade de conceção, otimização e validação de novos produtos e serviços”.
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