Esta tem sido uma semana repleta de novidades sobre aquela que é a "relação" conturbada e imprevisível da Administração de Donald Trump com a Huawei. Depois de os Estados Unidos alargarem em mais 90 dias a suspensão de bloqueio à fabricante chinesa e do Departamento do Comércio anunciar esta quinta-feira que começou a desbloquear licenças para negócios com a empresas, a Microsoft anunciou que viu o seu pedido de licença aceite.
Em declarações ao Bloomberg, a gigante tecnológica referiu que o pedido foi concedido pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos no dia 20 de novembro, estando assim possibilitada de "exportar software de consumo para a Huawei". No entanto, para já não é imediatamente claro o que a empresa quer dizer efetivamente com esta expressão, mas o mais provável será que possa voltar a vender licenças do Windows à fabricante chinesa.
Por outro lado, esta decisão dos Estados Unidos pode ser bastante importante tendo em conta a ligação da cloud Azure com a Huawei, já que as duas empresas trabalham numa cloud hibrida para a Microsoft, através de servidores Huawei certificados pela Microsoft. Ainda assim, o trabalho da Huawei no Azure e nos seus laptops pode ser complicado por qualquer proibição que afete os componentes de empresas americanas como a Intel.
Já não era novidade que a Microsoft tinha declarado que queria continuar a fornecer o Windows à Huawei, com o presidente da gigante tecnológica desde cedo a garantir que a venda de sistemas operativos da Microsoft à fabricante chinesa não afeta a segurança dos EUA. Em setembro, e em declarações à BBC, Brad Smith disse não acreditar que a segurança dos Estados Unidos esteja comprometida ao permitir que os clientes da Huawei utilizem sistemas operativos Windows ou apps do Office.
"Seria um erro tentar uma espécie de nova cortina de ferro digital no Oceano Pacífico, porque isso iria prejudicar os Estados Unidos e todas as democracias do mundo", defendeu Brad Smith.
Na altura o objetivo era claro: "continuar a fornecer o sistema operativo da Microsoft à Huawei para dispositivos como computadores portáteis", refere.
Será isto uma possibilidade de os smartphones da Huawei continuarem a ter os serviços da Google instalados?
Desde que em maio foi colocada na lista negra pelos Estados Unidos, a Huawei tem vindo a trabalhar num plano B para colmatar a possibilidade do bloqueio se tornar efetivo, mas sempre de forma diplomática e admitindo que na área dos sistemas operativos o Android da Google será sempre a primeira opção. Neste sentido, aberta a possibilidade de uma empresa americana oferecer um sistema operativo para os computadores da Huawei, estas podem também poderão ser boas notícias para a fabricante chinesa.
Para isso, a Google, que não se sabe se já solicitou ou não uma licença ao Departamento do Comércio, teria de o fazer, e os Estados Unidos teriam de aceitar esse mesmo pedido. Agora resta aguardar para confirmar novos desenvolvimentos desta história que parece não ter fim.
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