O que pensam os portugueses sobre a utilização de Inteligência Artificial? Embora a utilização de IA seja legalmente aceite, um novo estudo conclui que a maioria não encara a tecnologia como sendo moral, segura, justa ou leal.

O estudo, desenvolvido por docentes da NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa (UNL), avaliou a percepção das pessoas relativamente à moralidade da IA.

Em comunicado, Diego Costa Pinto, professor na Nova IMS e responsável por dirigir o estudo, afirma que “as novas tecnologias e evoluções da inteligência artificial, tais como ChatGPT, Dall-E, entre outros, têm fascinado os consumidores portugueses”.

“Contudo, isso gera também alguns receios, nomeadamente em termos da proteção dos dados, da privacidade, e do seu papel no futuro mercado de trabalho”, realça o investigador.

De acordo com os investigadores, os portugueses inquiridos admitem duvidar da inocência, solidariedade ou empatia da tecnologia. No entanto, também identificam algumas áreas onde a utilização da IA é vista como positiva.

Entre elas incluem-se os cuidados de saúde, transportes, serviços básicos, serviços financeiros, educação e nos meios de comunicação. Já no que toca a setores como a cultura e desporto, direito, governo e administração pública, o recurso à IA não é tão bem visto.

O estudo avança que os homens com idades entre os 18 e os 30 acreditam que a IA terá um maior impacto nos relacionamentos interpessoais. Por outro lado, os homens com idades entre os 31 e os 60 e as mulheres, independentemente da faixa etária, não partilham a mesma opinião.

Além disso, as mulheres inquiridas pelos investigadores não aceitam bem a utilização de IA para escolher opções de lazer, recomendações de restaurantes ou destinos de férias, de saúde e de estudos, incluindo uma sugestão de uma universidade.

O estudo permitiu também verificar que os homens acreditam que a IA terá consequências no mercado de trabalho, afetando não só as oportunidades de trabalho como as tarefas laborais.