
A China utiliza tecnologia para vigilância eletrónica da sua população, resultando em dezenas de milhares de pessoas assinaladas como arruaceiros que são trancados numa “jaula digital”, chegando a ser proibidos de sair da sua província e muitas vezes da sua própria casa. Uma investigação da Associated Press aponta que a grande maioria da tecnologia utilizada pelo Governo chinês foi fornecida pelos Estados Unidos.
A reportagem refere que nos últimos 25 anos, as empresas tecnológicas americanas desenharam e construíram grande parte da máquina de vigilância da China, tendo dessa forma uma participação ativa nos abusos aos direitos humanos. Foram vendidos equipamentos, tais como bodycams às forças policiais, ao governo e empresas de vigilância, em negócios de milhares de milhões de dólares, apesar dos avisos do Congresso Americano.
Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt
Apesar das descobertas da AP, a maioria das empresas que responderam às acusações disseram que cumpriram com as leis e controlos e sanções de exportação, tanto no passado como no presente. Ainda assim, a investigação aponta para o fornecimento de equipamentos e sistemas capazes de obter informações da população sobre mensagens, chamadas, pagamentos, voos, vídeos, amostras de ADN, e-mails, internet e até o uso de energia e água, para vigiar indivíduos apontados como suspeitos. A tecnologia pode ser usada para ameaçar amigos e familiares, além da detenção de pessoas por crimes que nem sequer cometeram.
A investigação destaca que estas tecnologias dos Estados Unidos permitiram uma campanha de detenção em massa brutal na região ocidental de Xinjiang, onde foram apontados e rastreados todos os membros da população nativa Uyghur, sendo assimilados e subjugados à força. Alguns dos sistemas americanos de vigilância estavam mesmo desenhados para reconhecer minorias étnicas chinesas, embora o Governo afirme que foi usada a tecnologia para prevenir o terrorismo.
Entre as grandes gigantes tecnológicas mencionadas na investigação encontram-se a IBM, Motorola, Dell, Microsoft, HP, Nvidia, Thermo Fisher, Seagate, Intel, Cisco e a Oracle.
A AP diz que as tecnologias de vigilância agora incluem sistemas de inteligência artificial para ajudar a rastrear e deter imigrantes ilegais nos Estados Unidos, mas também para identificar alvos na guerra entre Israel e Hamas. Salienta que a China utilizou aquilo que aprendeu com os Estados Unidos para se transformar numa superpotência de vigilância, vendendo agora tecnologias a países como o Irão e a Rússia.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Carros elétricos: O que é a "range anxiety" e como a tecnologia de baterias e os 800V estão a mudar o futuro? -
App do dia
Transforme-se num magnata da ferrovia em Train Station 3 -
Site do dia
Zetoe é uma extensão do Chrome que ajuda a corrigir erros gramaticais e verificação de factos -
How to TEK
Switch 2: Problemas com o indicador de autonomia da bateria? Veja como resolver
Comentários