Há cada vez mais tecnologia no campo dos ecrãs, uma corrida das fabricantes em oferecer a melhor qualidade de imagem, maior nitidez, contrastes mais eficazes, brilho poderoso e cores naturais. E a garantia dessas imagens mais fluidas incluem a rapidez, o aumento dos seus fotogramas, dependendo da qualidade de construção dos ecrãs. Mas quais as principais diferenças de um ecrã IPS ou OLED e AMOLED? Quais as vantagens e desvantagens de cada um, quais os que oferecem melhor imagem, taxas de refrescamento e contrastes?
Estas são perguntas normais, para os principais indicadores que servem de pontos de referência nas especificações que as fabricantes listam nos seus ecrãs e nem sempre são fáceis de perceber onde residem as melhores opções. Independentemente do ecrã, sobretudo a nível de monitores ou portáteis, há que perceber melhor o uso que lhe vai dar. Se utilizar para gaming tem alguns requisitos adicionais a reter, tais como as taxas de atualização ou mesmo o tamanho ideal do display. Se for para entretenimento, como por exemplo, ver filmes e séries como prioridade, sobretudo nos televisores, deverá ter em conta os contrastes e cores.
Este guia pretende explicar melhor alguns dos conceitos relativos ao tipo de ecrãs, tamanho e taxa de refrescamento de imagem, para ter uma ideia mais clara do que esperar das especificações quando opta por determinado display, independentemente de qual seja o equipamento.
Quais são os tipos de ecrãs que existem nos equipamentos?
Já ouviu certamente falar em ecrãs OLED, IPS, AMOLED, alinhamento vertical (VA) e outros conceitos. Mas o que cada um significa na prática nos equipamentos? Tratam-se de tipos de tecnologia utilizados na construção dos painéis dos ecrãs, com características próprias, que têm evoluído ao longo dos anos.
A tecnologia IPS (In-Plane Switching) é atualmente a mais utilizada nos monitores dos computadores. Destaca-se por ter uma boa imagem nos diversos ângulos de visão, nitidez e brilho. As cores apresentadas também são bastante aceitáveis, com os ecrãs mais modernos a oferecer cada vez melhores tempos de resposta a elevadas taxas de refrescamento. Por isso, as fabricantes adotam este tipo de monitores em diversas ofertas, mesmo para o gaming.
O aspecto mais desapontante relativamente à tecnologia IPS diz respeito aos contrastes e níveis de pretos. A nível de entretenimento este é um aspecto mais exigente, oferecendo uma imagem menos detalhada quando se assiste a conteúdos em ambientes com luzes desligadas.
Uma variação dos ecrãs IPS são os chamados VA (alinhamento vertical), utilizando cristais alinhados verticalmente que permitem a luz passar para gerar a imagem. Estes destacam-se por serem igualmente brilhantes e coloridos, mas oferecem melhores rácios de contraste e níveis de pretos mais escuros, melhorando a qualidade de imagem no seu geral. Esta tecnologia tem sido utilizada sobretudo em monitores de gaming, direcionados a jogadores que dão mais importância aos contrastes de cor. No entanto, os ecrãs VA têm maiores limitações no que diz respeito ao ângulo de visão.
A maioria das tecnologias de ecrãs baseiam-se em LCD (display de cristais líquidos), que diz respeito à forma como as imagens são produzidas. Neste caso são utilizados cristais líquidos para produzir as imagens quando a luz passa no ecrã. Mas atualmente é a tecnologia OLED que “dá cartas”. O OLED não é baseado em LCD, utilizando materiais orgânicos para gerar imagens quando é aplicada eletricidade. A grande vantagem do OLED (organic light-emitting diode) é a sua capacidade de gerar os melhores contrastes. Quando um pixel está desligado não imite qualquer luz e por isso consegue os melhores pontos escuros da imagem, aumentando a sua capacidade de contraste.
A tecnologia era sobretudo utilizada em equipamentos topo de gama, fossem portáteis, monitores ou smartphones, por ser cara, mas tal como se observou nas tendências para 2023, os equipamentos de gama média já começam também a utilizar OLED. A sua melhor performance de cor e nitidez são pontos também a destacar e tal como o IPS consegue-se ver as imagens em diferentes ângulos. A tecnologia só não oferece painéis tão brilhantes como outras tecnologias concorrentes.
As vantagens (e desvantagem) do Super AMOLED
A tecnologia AMOLED (active-matrix organic light-emitting diode) tem sido utilizado mais nos ecrãs dos smartphones, sendo mais acessível, e com a vantagem de consumir menos energia e oferecer maiores resoluções e suportar ecrãs maiores. Mesmo nos televisores, a tecnologia garante resoluções 8K em displays enormes de 88 polegadas. Um ecrã AMOLED consiste em ter uma matriz ativa a gerar luz nos pixéis do OLED através de ativação elétrica. Neste sentido, consegue-se ter maior controlo em cada pixel individual.
A Samsung tem sido a fabricante que mais investiu nesta tecnologia de ecrãs e criou uma evolução do AMOLED, o Super AMOLED, sendo a base de ecrãs da linha de smartphones Galaxy S. As cores são mais vivas nestes ecrãs e sofre menos interferências dos reflexos nas imagens. A diferença entre o AMOLED e o Super AMOLED é que o primeiro precisa de um sensor instalado à parte para reconhecer os movimentos táteis dos dedos no ecrã. O “Super” adicionou o sensor no processo de fabricação dos displays, melhorando o ângulo de visão e gerando menos reflexos, melhorando o seu uso no exterior. Além disso, os ecrãs Super AMOLED são mais finos, apresentam cores mais vivas e vibrantes e são energeticamente mais eficientes.
No entanto, o Super AMOLED não suporta taxas de atualização variáveis dos ecrãs, sendo sempre fixas. A tendência atual é a possibilidade do smartphone mudar entre 90 a 120 Hz, por exemplo, mediante o tipo de aplicação, em ecrãs OLED baseado em tecnologia LTPO. Esta tecnologia permite ao ecrã mudar, de forma dinâmica, a taxa de atualização, sem a necessidade de outro componente de hardware entre o display e a placa gráfica. Destaque para a redução do consumo de energia através desta variação da taxa de atualização.
Apesar de não se tratar de tecnologias de ecrãs, mas sim de retroiluminação, também já deve ter ouvido falar em Mini-LED, sobretudo a nível de televisores e certos monitores topo de gama. Esta tecnologia utiliza iluminação atrás do ecrã para ter controlo total e preciso da retroiluminação. E por isso, a tecnologia Mini-LED melhora entre 300 a 600% o contraste quando comparado com outros ecrãs. Esta tecnologia pode ser encontrada em ecrãs IPS e VA. Já o OLED não a utiliza, porque como referido, cria a sua própria iluminação, dispensando a retroiluminação Mini-LED.
A taxa de refrescamento, sincronização e tamanho do ecrã
Depois do tipo de ecrãs, há que ter noção da velocidade de imagem, ou seja, as taxas de refrescamento que os televisores, monitores e smartphones nos oferecem. A maioria dos ecrãs do “dia-a-dia” são de 60 Hz, que foi o standard durante muito tempo. A necessidade de ter imagens mais rápidas sobretudo no gaming é a razão para o qual estas tem vindo a aumentar nos últimos anos. Nos smartphones, a oferta de 90/120 Hz é cada vez mais habitual, sendo que os modelos de gaming possam puxar para os 240 Hz.
A nível dos monitores de gaming, as taxas para jogos no PC tendem a ser no mínimo de 144 Hz. As consolas de nova geração suportam ao máximo de 120 Hz, oferecendo em alguns jogos 120 FPS de fluidez. A vantagem de ter melhores taxas de refrescamento é manter as imagens em movimento mais suaves e dessa forma reduzir o efeito de input lag. Ou seja, a latência dos comandos que o jogador dá nos periféricos até serem assumidos pelas ações do jogo.
Obviamente que as principais fabricantes de ecrãs para gaming estão numa corrida aberta no aumento de velocidade, mesmo que a partir de certo ponto, o olho humano não consiga detetar muito bem as diferenças. Nesse sentido, começam-se a ver ecrãs a suportar 240 Hz, 360 Hz e no caso da Asus, anunciou recentemente na CES 2023 um monitor a 540 Hz, sendo o primeiro de gaming do mundo com esta velocidade.
Outra tecnologia salientada de forma recorrente é o Adaptive Sync, sobretudo os sistemas AMD FreeSync e NVidia G-Sync. Esta permite sincronizar a imagem de output do PC com a taxa de refrescamento do ecrã. É basicamente uma coordenação feita entre o computador e o ecrã para evitar atrasos na imagem, o chamado “screen tearing”. Como as tecnologias da AMD e NVidia estão ligadas às suas respetivas placas gráficas, quando escolhe um monitor é importante perceber se este suporta uma ou outra tecnologia para tirar partido do GPU.
Com estes elementos em conta, qual o tamanho ideal para um monitor? Os tamanhos de 24 e 27 polegadas são praticamente disponibilizados em todas as gamas de monitores. E um ecrã de 27 polegadas é o recomendado pelos especialistas na maioria das utilizações. Isto tem sobretudo a ver com a distância que o utilizador se encontra do ecrã e nem sempre o maior é o melhor. Uma secretária tradicional, em que o utilizador fica a menos de um metro do ecrã, o maior conforto estará num monitor de 27 ou mesmo de 24 polegadas, no caso de usar uma resolução de 4K ou 1080p, respetivamente.
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