De acordo com a análise da CPR, divisão de informação da empresa Check Point Software, a administração pública e o setor militar ucranianos sofreram um aumento de 196% do número de ciberataques nos primeiros três dias do conflito, comparado com os primeiros dias de fevereiro de 2022.
“Verificando as estatísticas globais e relativas à Rússia para o mesmo setor, não há um aumento semelhante”, assinala a empresa em comunicado.
A análise da CPR regista um aumento de 4% do número de ciberataques por organização russa, em comparação com os mesmos dias da semana anterior, enquanto na Ucrânia o aumento geral de ciberataques por organização aumentou em 2%. Já outras regiões a nível global registaram um decréscimo de ciberataques por organização.
A CPR aponta ainda para um aumento de sete vez no número de e-mails de ‘phishing’ (fraudulentos) enviados em línguas eslavas orientais, sendo que um terço destes e-mails dirigidos a destinatários russos foram enviados de endereços de correio eletrónico ucranianos, reais ou falsificados.
“A atividade cibernética está a aumentar em torno do conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia. Estamos a assistir a aumentos do número de ciberataques em ambos os lados, sendo o governo e o setor militar ucraniano os que registam o maior aumento. É importante compreender que a guerra atual também tem uma dimensão cibernética, onde as pessoas ‘online’ estão a escolher um lado, desde a ‘dark web’ (‘sites’ ocultos) até às redes sociais,” disse Lotem Finkelstein, chefe de informação sobre ameaças na Check Point Software, citado no comunicado.
O responsável alerta ainda para os e-mails fraudulentos que tentam tirar partido do conflito para obter lucro.
“Verifique sempre o endereço de e-mail do remetente do e-mail. Esteja atento a qualquer erro ortográfico nos e-mails. E verifique se o remetente do correio eletrónico é autêntico. Continuaremos a monitorizar todos os lados da atividade cibernética em torno da guerra em curso”, vinca.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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