Anunciados em 2017, os planos da Neuralink parecem saídos diretamente de um filme de ficção científica. Apesar de já se conhecerem algumas das proezas feitas, o projeto tem estado envolto numa espécie de mistério. Recentemente, Elon Musk deu a conhecer que vão ser reveladas mais novidades sobre o progresso que está a ser feito já no próximo dia 28 de agosto.
Na Internet já circulam vários rumores que indicam que a Neuralink se prepara para anunciar os testes da tecnologia de interfaces capazes de ligar diretamente o cérebro ao computador em humanos. Se tudo correr como Elon Musk planeia, a empresa poderá fazer mesmo uma demonstração ao vivo de como a tecnologia consegue “ligar” a atividade dos neurónios.
Entre as mais recentes novidades do sistema que está a ser desenvolvido, Elon Musk confirmou no Twitter que será possível ouvir música a partir dos implantes colocados no cérebro, embora sem adiantar mais pormenores. O empresário tinha também dado a conhecer que os chips vão permitir ouvir sons outrora impossíveis de captar por ouvidos humanos.
Recorde-se que, em outubro de 2019, a Neuralink conseguiu pôr um macaco a controlar um computador com o seu cérebro. Na altura, a empresa já previa o início dos testes em humanos antes do final de 2020. No mesmo ano, a Neuralink avançou que estava a testar cerca de 1.500 elétrodos em ratos.
Como ligar o cérebro a um computador?
No centro da tecnologia desenvolvida está um pequeno microchip que poderá ser implantado atrás da orelha, ligado a fios que têm cerca de um quarto do diâmetro do cabelo humano contendo elétrodos que se espalham pelo cérebro humano.
O objetivo é recolher a informação e enviá-la para o chip de 4x4mm, que servirá como recetor na superfície do crânio. A partir daí passará a comunicar com dispositivos no exterior, colocados atrás da orelha e alimentados por uma bateria, via Bluetooth.
Em 2019, Elon Musk referia num evento de apresentação da Neuralink que o microchip contém cerca de 10.000 elétrodos, salientando que o número era mil vezes superior àquele que existe nas interfaces utilizadas para o tratamento da doença de Parkinson.
Em humanos, a tecnologia poderá ser usada para tratar distúrbios cerebrais ou então para ajudar a recuperar a capacidade de ver, falar e ouvir. O magnata deu ainda a conhecer que a tecnologia “abre a porta” à possibilidade de duas pessoas comunicarem “telepaticamente” através dos respetivos chips ou até de controlarem dispositivos ao seu redor com a mente.
Mas para chegar ao seu objetivo final, a Neuralink terá de passar por múltiplos desafios e pelo escrutínio de reguladores como a norte-americana Food and Drug Administration (FDA), uma vez que o sistema é considerado como um dispositivo médico. A empresa terá de demonstrar que a tecnologia é segura e eficaz através de vários testes clínicos, um processo que poderá “atrasar” a sua chegada ao mercado.
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