A Neuralink, tal como anteriormente a SpaceX, parecem empresas provenientes de filmes de ficção científica, mas Elon Musk pretende mais uma vez dar um novo salto tecnológico e tornar as ideias reais, como reporta o New York Times e a Bloomberg, que tiveram acesso a um briefing com um ponto de situação dos projetos. E um deles é a introdução de implantes, no interior do cérebro humano.
Segundo a reportagem, estão a ser testados em ratos cerca de 1.500 elétrodos, que embora não haja certezas de que possa funcionar com os humanos, há esperança da tecnologia poder ajudar pessoas com problemas de amputação, assim como restaurar a capacidade de ver, falar e ouvir. A visão de Elon Musk é ligar o cérebro diretamente ao computador para dar o passo seguinte na investigação da inteligência artificial.
Uma das principais revelações é que o início dos testes com humanos irá arrancar no segundo trimestre do próximo ano. E como se pode ver na imagem em baixo, em especial a que tem uma seta a apontar para uma pontinha, é aquilo que se pretende inserir no cérebro. E trata-se de pequenos fios flexíveis que têm cerca de um quarto do diâmetro do cabelo humano. Serão utilizadas agulhas para evitar os vazos sanguíneos na superfície do cérebro.
A função dos sensores é recolher a informação e enviar para o chip, que servirá como recetor, na superfície do crânio. A partir passará a comunicar com dispositivos no exterior, colocados atrás da orelha e alimentados por uma bateria, via Bluetooth. Nesta fase ainda estão a ser criados orifícios com brocas, mas no futuro o método poderá passar pela utilização de laser.
Elon Musk refere que esta versão do chip de 4x4mm tem a capacidade de 10.000 elétrodos, podendo ler e gravar dados, salientando que é mil vezes mais o número da interface atualmente utilizada para tratamento da doença de Parkinson. Durante a apresentação foi referido que um primata foi capaz de controlar um computador com o cérebro, abrindo-se mesmo a discussão para eventualidade de duas pessoas comunicarem “telepaticamente” através dos respetivos chips.
A Neuralink já amealhou mais de 150 milhões de investidores, cerca de 100 milhões diretamente do seu CEO Elon Musk, e pretende no futuro oferecer melhorias cibernéticas às pessoas. O assunto sobre os Humanos 2.0 não é nova, e ainda no ano passado esteve em Portugal o Monsenhor Tomasz Trafny, conselheiro tecnológico do Papa que explicou ao SAPO TEK as questões morais e éticas ligadas às melhorias tecnológicas das pessoas.
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