Embora sejam consideradas como o novo flagelo da Internet, permitindo a disseminação de informação falsa através de vídeos, desde a política à pornografia, as deepfakes querem ganhar outros usos mais legítimos no mundo da 7ª arte. Os estúdios de investigação da Disney têm vindo a estudar a aplicação da técnica como uma ferramenta para efeitos visuais e revelam agora ao mundo os resultados da pesquisa.
De acordo com o estudo que será apresentado no Eurographics Symposium on Rendering, a grande mudança face às típicas deepfakes que se encontram online está na resolução. Aliás, os investigadores explicam que um dos desafios de aplicar convincentemente a técnica é a criação de uma base de dados com fotografias em alta resolução que demonstrem centenas de expressões captadas em diferentes ângulos.
O novo algoritmo criado pelos investigadores permite criar “trocas” de caras com uma resolução de 1.024 por 1.024 pixéis. A nova tecnologia modifica a fonte do vídeo, facilitando o processo de “troca” de caras. Os movimentos são estabilizados e a cara sobreposta consegue mais homogeneizada. O algoritmo consegue ainda gerar os frames necessários para dar um aspeto mais coeso ao vídeo.
O modelo de IA consegue substituir a aparência de um indivíduo pela de outro, mantendo as expressões faciais do primeiro. No entanto, ainda existem desafios: por exemplo, é possível notar que o efeito consegue ser aplicado com um maior nível de exatidão quando os vídeos são captados em boas condições de iluminação e quando os indivíduos estão a olhar diretamente para a câmara.
Além das mudanças de ângulos e de os diferentes tipos de iluminação se constituírem como aspetos a serem trabalhados, os investigadores explicam que os elevados custos de aplicação da tecnologia são um desafio, uma vez que implica vários meses de produção para um produto final que conta com alguns segundos de vídeo.
Longe do Grande Ecrã, o Facebook criou recentemente uma base de dados composta por 100 mil deepfakes com o objetivo de ensinar os mecanismos de inteligência artificial como detetá-las de forma mais eficaz, ajudando na luta contra a desinformação veiculada através da técnica.
Apesar de as deepfakes serem relativamente fáceis de detetar pelo olho humano, as ferramentas automáticas das redes sociais ainda não desenvolveram suficiente “inteligência” para eliminá-las.
Em parceria com a Amazon e a Microsoft, a empresa criou o desafio Deepfake Detection Challenge, com mais de 2.100 participantes, que submeteram cerca de 35 mil modelos treinados pela sua base de dados. O vencedor foi Selim Seferbekov, um engenheiro de machine learning da Mapbox, cujo sistema conseguiu detetar quais os vídeos eram deepfakes com 65% de certeza numa base de dados de 10 mil vídeos que ainda não tinham sido vistos, misturando novos clips feitos pelo Facebook com outros disponíveis na Internet.
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