Desde o lançamento da PlayStation 5 em novembro do ano passado que vários jogadores têm vindo a registar problemas com os comandos DualSense, numa situação semelhante ao “JoyCon Drift” que acontece nos comandos da Nintendo Switch.

Mas o que estará por trás do problema? Os especialistas da iFixit decidiram investigar e depararam-se com várias explicações: de possíveis falhas nos componentes a interferências causadas por contaminação externa.

Os técnicos começam por explicar que, para perceber o que se passa, é necessário aceder ao interior dos comandos. Recordando a sua “desmontagem” da PlayStation 5, os especialistas detalham que os módulos dos joysticks são muito semelhantes aos que se encontram nos DualShock 4, ou até nos comandos para a Xbox One e na versão Pro dos comandos da Nintendo Switch.

O cerne da questão poderá encontrar-se nos dois potenciómetros que existem em cada um dos joysticks do comando. Um deles deteta os movimentos feitos de cima para baixo e o outro os que são feitos da esquerda para a direita.

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De acordo com os dados disponibilizados pela fabricante dos potenciómetros, uma empresa chamada Alps, o “prazo de validade” de um componente corresponde a dois milhões de ciclos. Os cálculos realizados pelos especialistas da iFixit revelam que para atingir a marca são necessárias 417 horas de jogo. O valor equivale a uma sessão de duas horas ao longo de 209 dias. Para jogos mais “intensos”, o valor desce para 139 dias.

Como funcionam os potenciómetros do DualSense? Como funcionam os potenciómetros do DualSense?
créditos: iFixit

Há mais fatores “em jogo” no que toca aos potenciómetros, incluindo o desgaste dos seus pequenos componentes interiores, o qual pode levar a um registo pouco preciso dos movimentos do jogador. Entre os outros possíveis culpados estão o excesso da força utilizada para movimentar os joysticks ou ainda a acumulação de partículas dentro dos comandos e a exposição a condições menos adequadas com, por exemplo, níveis elevados de humidade.

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Será possível apostar numa abordagem “DIY” para resolver o problema? Os especialistas indicam que sim, embora o resultado final possa não corresponder às expetativas do jogador ou, no pior dos cenários, comprometer totalmente a utilização dos comandos.

Os técnicos sublinham também que a verdadeira solução para todo o problema do drift está nas mãos das empresas que produzem as consolas. “É tão bizarro que as fabricantes de consolas, que passam milhares de horas a pensar no design dos comandos, não consigam admitir que os joysticks se gastam com o uso, nem concebê-los de forma a serem substituídos mais facilmente”.